João e José são nomes comuns em quase qualquer idioma.
Devidamente traduzidos, eles batizam de pessoas ordinárias a celebridades. O prenome
do rei da Espanha, por exemplo, é Juan. Na
Catalunha, na Andaluzia, em Bilbao, em Andorra, onde quer que se pense, tais
nomes mencionados são freqüentemente ditados nos cartórios. Foi o que aconteceu
com o rapaz da fotografia...
Nascido em Barcelona, no início da década de 1990, ele
chegou recentemente ao Brasil, após diversas complicações para regularizar os
documentos de seu visto provisório. Ele é estudante de Engenharia Civil e
possui um sotaque muito carregado. Enquanto os seus amigos possuem traços
lingüísticos latinos muito acentuados, o modo como ele tentava se expressar em
português ostentava tantas dificuldades quanto aquelas sofridas por um
anglo-saxão em passagem pelo Nordeste do Brasil. Mas, oh, como ele sabia
sorrir: a imagem não nega!
Por mais carregada de elementos classista que seja (vide os
barcos por detrás dos olhos arregalados do rapaz), tal fotografia é muito
sintética no que diz respeito à demonstração da personalidade evidente do
mancebo, que me fez sorrir de verdade quando pediu que eu digitasse o verbo ‘arreganhar’
em seu aparelho de telefonia móvel. Ele disse-me que gosta muito de bandas ‘indie’
espanholas como Vetusta Morla e Supersubmarina, as quais ainda não tive tempo
de ouvir. Mas lembro como se fosse hoje da voz linda deste moço, de seu jeito
desajeitado e encantador de pronunciar as palavras brasileiras para
masturbação. Uma de suas amigas, inclusive, disse que iria tocar uma siririca
pensando em mim. Fiquei deslumbrado. Na volta para casa, eu suspirava... Um
colega disse que gostou muito dele, mas que o acho assexualizado. Eu o amei por
uma noite, fantasiosamente, platonicamente... É como se fosse para sempre:
ainda estou a sorrir!
Wesley PC>
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