terça-feira, 15 de outubro de 2013

ANÁLISE SEMIOLÓGICA DA FOTOGRAFIA DE UM JON JOSEBA QUALQUER...

João e José são nomes comuns em quase qualquer idioma. Devidamente traduzidos, eles batizam de pessoas ordinárias a celebridades. O prenome do rei da Espanha, por exemplo, é Juan.  Na Catalunha, na Andaluzia, em Bilbao, em Andorra, onde quer que se pense, tais nomes mencionados são freqüentemente ditados nos cartórios. Foi o que aconteceu com o rapaz da fotografia...

Nascido em Barcelona, no início da década de 1990, ele chegou recentemente ao Brasil, após diversas complicações para regularizar os documentos de seu visto provisório. Ele é estudante de Engenharia Civil e possui um sotaque muito carregado. Enquanto os seus amigos possuem traços lingüísticos latinos muito acentuados, o modo como ele tentava se expressar em português ostentava tantas dificuldades quanto aquelas sofridas por um anglo-saxão em passagem pelo Nordeste do Brasil. Mas, oh, como ele sabia sorrir: a imagem não nega!

Por mais carregada de elementos classista que seja (vide os barcos por detrás dos olhos arregalados do rapaz), tal fotografia é muito sintética no que diz respeito à demonstração da personalidade evidente do mancebo, que me fez sorrir de verdade quando pediu que eu digitasse o verbo ‘arreganhar’ em seu aparelho de telefonia móvel. Ele disse-me que gosta muito de bandas ‘indie’ espanholas como Vetusta Morla e Supersubmarina, as quais ainda não tive tempo de ouvir. Mas lembro como se fosse hoje da voz linda deste moço, de seu jeito desajeitado e encantador de pronunciar as palavras brasileiras para masturbação. Uma de suas amigas, inclusive, disse que iria tocar uma siririca pensando em mim. Fiquei deslumbrado. Na volta para casa, eu suspirava... Um colega disse que gostou muito dele, mas que o acho assexualizado. Eu o amei por uma noite, fantasiosamente, platonicamente... É como se fosse para sempre: ainda estou a sorrir!


Wesley PC> 

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