Faltando dois dias para o fechamento do primeiro mês desde
que fui aprovado em minha tumultuada sessão de qualificação do Mestrado,
somente hoje recebi o documento que confirma tal resultado, onde não é sequer mencionada
a via-crúcis que recebi como castigo por minhas atitudes academicamente
precipitadas. Seja como for, tenho que seguir adiante: a minha nova orientadora
é afiliada à Economia Política da Comunicação, área em relação à qual eu tentei
me encaixar quando adentrei o Mestrado. Não consegui. Hora de tentar de novo, hora
de mostrar que, com determinação, é possível fazer qualquer coisa!
A fim de tentar me reacostumar a esta abordagem analítica,
na manhã de hoje, antes de receber o referido documento, assisti à banca de
qualificação de um colega de classe, que tencionava estudar a cadeia produtiva
da música em Sergipe. Sua orientadora é justamente a professora que aceitou me
acolher, não obstante o estigma que se instalou sobre o meu currículo. Como
avaliadores interno e externo, dois autores sobre cujos textos eu precisarei me
debruçar e compreender: César Bolaño e Ruy Sardinha, respectivamente. Hora de
dar uma pausa em meu cabedal de textos sobre os atritos do cinema brasileiro na
década de 1980 e tentar compreender esse contexto discursivo à luz da
perspectiva teórica que recebe a sonora abreviação E. P. C.. Não é uma
obrigação casual: de fato, o meu objeto de pesquisa se adéqua ao que os
pesquisadores desta categoria epistemológica estudam.
Na referida banca de qualificação, o colega teve as incongruências
de seu protótipo dissertativo destacadas. A justificativa: “é melhor apanhar
entre nós mesmos que diante do inimigo!”. Era uma referência cautelosa à
desconfiança sobejada que se costuma direcionar aos estudos da E.P.C.. Inicialmente,
fiquei assustado com o que testemunhei, mas logo pude confirmar que intenção e
propósito defensivo se coadunavam: o que estava em foco durante a avaliação do
trabalho era a sua qualidade, o cuidado na difusão dos conceitos estudados, a
devida compreensão do que era afirmado. Tenho que prestar atenção a tudo isso:
tenho de me policiar textualmente daqui por diante, ao menos no que diz
respeito ao que disponibilizo para julgamentos acadêmicos. É um compromisso
público comigo mesmo: não me tornarei um ser amargo...
Wesley PC>
Um comentário:
Boa sorte, Wesley.
Um abraço daqui do sul do Brasil.
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