segunda-feira, 5 de agosto de 2013

UM ELO (ERÓTICO? FILIAL?)

A cena em que a personagem de Zezita Matos embala o seu neto morto numa rede em "Mãe e Filha" (2011, de Petrus Cariry) me impressionou bastante. É o segundo filme deste diretor cearense que vejo [o anterior foi "O Grão" (2007)], mas, nesta obra mais recente, ele adequou de forma mais bem-sucedida as suas pretensões estéticas com uma atmosfera de realismo mágico taciturno - e, enquanto eu via o filme, três pessoas conversavam comigo via mensagem de celular: um rapaz que acabara de ter um filho, mas que nunca se recuperou do rompimento afetivo com uma de minhas melhores amigas; uma mulher que amo bastante e que dava de mamar ao afilhado que apelidei de "ciganinho alado"; e um garoto interiorano que sonha em ser "independente" para poder fazer sexo com quem quiser à hora que quiser, visto que, segundo ele, a masturbação é um ato egoísta. Queria estar ao lado dos três, mas a beleza do filme supriu o meu esboço de solidão dominical instituída: passei o dia a formatar um esboço de dissertação, a ser qualificada como parte de meu Mestrado em Comunicação muito em breve. Temo, inclusive, que este texto seja pretexto para um enfrentamento verbalmente beligerante entre professores que sustentam delicadas relações de convivência diplomática, mas, se for para irromper conflitos, que estes sejam regidos pela emoção, conforme acontece no belíssimo filme metonimizado através desta fotografia. Eu sou desses que amam...

Wesley PC>

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