Antes de dormir, eu via um filme ruim. Era chato, mas tinha
lá seus interesses, queria vê-lo até o final. Faltando pouco mais de vinte
minutos para encerrar a sessão televisiva, falta energia elétrica. Tive que
dormir. Deitei-me com o telefone celular ao meu lado, no afã que a energia
voltasse a tempo. Não voltou...
Quando acordei na manhã de hoje – depois de ter me levantado
para ir ao banheiro diversas vezes! – as lembranças dos pesadelos intercalados
me assombravam: no primeiro, eu estava numa casa interiorana, acompanhado por
meu amigo Rafael Coelho. De repente, dois homens com aparência de matadores
rurais começam a brigar na cozinha em que estávamos. Um deles enfia o outro num
forno e o liga. O fogão explode, mas deu para ver o homem carbonizado. Coelho
começa a chorar compulsivamente depois de ter visto o corpo e vomita sobre mim.
Mas não era vômito, e sim lágrimas!
Levantei apavorado, fui ao banheiro, mijei e deitei
novamente. Novo sonho, continuado: estava agora numa casa simples, de apenas
dois cômodos. Um amigo que não mais fala comigo (um ex-amigo, portanto?) estava
no quarto, com uma rapariga bem mais jovem que ele. A fim de deixá-lo
sossegado, visitei uma antiga vizinha, que hoje está com os dentes completamente
deteriorados por causa do vício em ‘crack’. No sonho, porém, ela ainda era uma
pré-adolescente. Conversamos um tempo e, quando volto para casa, estava tudo
revirado. Talvez o meu (ex-)amigo tivesse brigado com a sua companheira sexual.
Na porta do quintal, encontrei um produto branco, numa embalagem onde se lia “anti-cocaína”.
Ouço alguém me chamando: era a filha da vizinha do fundo, me entregando alguns
frangos congelados, para que eu os guardasse na geladeira e os cozesse para os cachorros
depois. Quando abro a geladeira, duas surpresas: não apenas ela não estava
funcionando como havia um aparelho quebrado de ar condicionado em seu interior.
Como assim? Despertei!
Assustado com tudo o que experimentei nos sonhos (a
impressão dominante era a de que eu precisava me ausentar de lugares e amigos
queridos), ouvi um disco que havia adquirido na tarde anterior: “O Jardim”, do
português Tiago Bettencourt. Faixa inicial: “Canção Simples”. Trecho que mais
me emocionou:
“Tens os raios fortes a queimar
Todo o gelo frio que construí
Entras no meu sangue devagar
E eu a transbordar dentro de ti
Tens os raios brancos como um rio
Sou eu quem sai do escuro para te ver
Tens os raios puros no luar,
Sou eu quem grita fundo para te ter.
Fazes muito mais que o sol!”
Repeti a canção mais de cinco vezes. Agora, estou tomando
mingau. “Se tens medo da dor, vem ver o que é o amor/ se não sabes curar, vem
ser o que é amar/ quero ver-te amanhecer, quero ver-te amanhecer...”, cantou o
artista na faixa 09 do disco, “O Campo”. O que mais dizer, senão sentir?
Wesley PC>
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