terça-feira, 20 de agosto de 2013

DALGO ALÉM (OU AQUÉM) DA INVEJA:

Numa das melhores cenas de “As Cangaceiras Eróticas” (1974, de Roberto Mauro), cena que, inclusive, justifica a verve oportunista do filme, no que tange ao uso espalhafatoso da nudez feminina, uma personagem aposta com as amigas que consegue dançar como uma ‘stripper’ em plena cantiga. Suas companheiras aceitam o desafio e, antes de se despir, ela fez questão de conseguir alguns picolés multicoloridos para as espectadoras de seu ‘show’, que lambiam com malícia exacerbada o referido produto. Função da cena: excitar quem gosta de mulher. Disfunção funcional: deixar quem gosta de homem se sentindo invejoso...

Durante a referida cena, eu gargalhei. Oficialmente, fui um dos invejosos (no bom sentido do adjetivo), visto que acho a felação algo deveras benfazejo. Estou precisando disso neste exato momento, aliás. Mas, por ora, preciso focar em minhas atividades acadêmicas. Na manhã de hoje, tentei abordar elogiosa e criticamente as nuanças e contradições sobre o cinema de terror para alguns calouros de Jornalismo, mas as reações foram chistosas, debochadas. Ao final da aula, fiquei conversando – por quase duas horas! – com alguns alunos, que se surpreenderam quando eu revelei a minha idade. Eles me falaram sobre Elvis Costello, Tears for Fears, o livro “O Grito Primal” (de Arthur Janov), Kid Bengala, insatisfações com o movimento estudantil esquerdista e mulheres bonitas que não são sensuais. Eu falei sobre “As Cangaceiras Eróticas”. Espero que eles assistam, espero que eles gostem... Eu deveria estar contente?

Wesley PC>

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