Na madrugada de hoje, fui acordado durante um sonho típico:
estava acompanhado de um amigo que se recuperava do vício em baralho, quando
somos perseguidos pelas acusações preconceituosas de uma tia falastrona dele.
Enviei-lhe um SMS comunicando o entrecho onírico e começamos a conversar
madrugada adentro, de modo que, de repente, percebi-me sem sono. Resolvi
levantar da cama e ver se tinha algum filme interessante para ser visto.
Deparei-me com uma obra cômica inusitada chamada “As Aventuras de um Virgem”
(2010, de Andrew Gurland & Huck Botko), cujo resumo da trama merece ser
destacado abaixo, de tanto que me espantou:
No filme, um adolescente de nome Matt (Matt Bennett), tratado
como ‘nerd’ por seus amigos, apesar de fumar maconha, tocar violão e outras
atividades que o tornam popular, permanece virgem, não obstante ter uma
belíssima namorada. Esta é flagrada sendo lambida nos seios por um conquistador,
de modo que, disposto a se vingar, Matt prepara uma situação erótica em que
documentaria videograficamente a primeira transa dos dois e a publicaria na
Internet. Na hora H, entretanto, Matt tem um ataque súbito de diarréia e defeca
ruidosamente, de modo que o vídeo faz com que ele seja duplamente
ridicularizado pelos audientes: por ser virgem e por ser cagão. Disposto a se
livrar de ambas as pechas, ele busca com quem transar, encontrando eco numa
garota supostamente experiente que entra em contato através de um ‘e-mail’.
Ela, porém, exige que ele compre um terno caríssimo e depile o seu púbis antes
de foder com ela. Deslumbrado e afoito, ele rouba um termo que custa mais de
US$ 1.750,00 e pede que seu irmão raspe os seus pêlos pubianos. Mais uma vez,
ele tenciona documentar videograficamente a foda, mas ele é ludibriado por sua
parceira sexual, que, na verdade, era uma estudante de Antropologia Urbana:
disposta a demonstrar a sua tese sobre a ingenuidade dos machos humanos
famintos de sexo, ela faz com que ele chupe o pênis de plástico de uma
boneca-travesti e o deixa esperando em vão por duas horas e quarenta minutos,
publicando o vídeo indecoroso no YouTube. Nova ridicularização. Ainda mais agoniado com os comentários
violentos acerca de sua idiotia, Matt tenta fazer sexo com sua meia-irmã
bêbada, mas é interrompido por seu irmão, que contrata os serviços de uma atriz
pornô. Ele viaja em busca dela, lambe-lhe os seios e depois procura a sua
namorada, dizendo que estão quites. Ao final, eles fazem sexo pela primeira vez
e o vídeo publicado realça o quão grande é o pênis de Matt, afinal borrado nas
cenas em que ele aparece nu. O final é felicíssimo e a moral da história é
aquela que intitula esta postagem...
Incapaz de achar o filme péssimo (a verossimilhança induzida
desta trama é primorosa, inclusive no que diz respeito ao fato de os atores
emprestarem os seus nomes reais aos personagens), fiquei com estas imagens na
mente, enquanto tentava cochilar por mais meia-hora, antes de assistir a uma
aula de Jornalismo na universidade. Será que foi identificação? Qual o sentido
de um filme como este? Será que eu mereço ser tachado como virgem ainda? Perguntas,
perguntas...
Wesley PC>
Um comentário:
Concordo com o título. Cada dia a mais discordo da frase "Pra curar um amor platônico, só uma trepada homérica", ou a de Chico Buarque que diz que "se cura a dor na orgia". Sou mais Cartola que dizia "Noto que é ridícula a minha vingança".
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