quarta-feira, 12 de junho de 2013

NÃO TENHO O APELO SEXUAL DO CHARLTON HESTON, MAS EU SINTO FALTA, AH, EU SINTO FALTA...

Por conta de manifestações populares que resultaram no incêndio e depredação de vários ônibus, fiquei confinado por algumas horas num terminal de ônibus nesta noite de quarta-feira. Eu e diversas pessoas, que choravam e se desesperavam, preocupadas em não ter como voltar para casa: por conta dos ataques, os ônibus pararam de circular no bairro em que moro. Apesar da situação preocupante, eu parecia estar calmo, parecia não entender o que acontecia...

 O motivo dos ataques contra os ônibus foi o seqüestro e conseqüente morte de uma garota de 16 anos na redondeza. Revoltada com o crime, a população atacou os veículos de transporte público, não sei o porquê. Antes que meu irmão acidentado fosse me resgatar de motocicleta no terminal, encontrei alguns amigos, dentre ele um dos rapazes mais bonitos que já encontrei na vida, com quem bati a minha cabeça, o que causou dor física. Quando perguntaram o que eu estava a sentir, não perdi a chance de ser cínico e emocionalmente realista ao mesmo tempo: “gostei tanto desta batida cefálica que acho que minha produção de sêmen ficará interrompida por três dias, de tanto que eu gozei nesse instante!”. Todos sorriram...

 Quando eu voltava para casa, na garupa de meu irmão, senti um forte cheiro de fumaça negra, enquanto via restos de veículos queimados e muitos cacos de vidro pelo chão. Estava tudo tão deserto e visualmente caótico como se eu estivesse a circundar pelo cenário da primeira metade do ótimo e impactante filme “A Última Esperança da Terra” (1971, de Boris Sagal). Na manhã de hoje, encontrei mais destroços noutro ponto do bairro, enquanto as pessoas só comentavam sobre a revolta dos habitantes do local. E, por dentro, algo me fazia sentir solitário... A beleza, talvez!

 Wesley PC>

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