quinta-feira, 9 de maio de 2013

UMA PRÉ-ESTRÉIA NO CINE VITÓRIA: OU “OS OLHOS DA CIDADE SÃO NOSSOS”!

No início da tarde desta quinta-feira, tomei um susto: estava almoçando quando uma viatura do Governo do Estado parou diante de minha porta e chamou o meu nome completo, entregando-me um envelope preto depois que eu me identifiquei positivamente. Para minha surpresa agradável, tratava-se de um convite para a pré-estréia do filme “Pedalando com Molière” (2011, de Philippe Le Guay), às 19h. A sinopse do mesmo falava em manipulação mútua, a partir de um ensaio da peça “O Misantropo”, de Molière. Eu poderia levar comigo apenas um convidado. Analisando os detalhes do que sabia sobre o filme, não tive dúvidas: alguém com que eu rompi relações recentemente. O melhor: ele aceitou o meu convite!

De fato, tive razão em escolher esta pessoa para estar ao meu lado durante o filme: mais de uma situação reviveu pendengas que tivemos, onde, apesar de eu crer que agi com probidade na maior parte delas, devo assumir uma grande parcela de culpa pelo andamento dos dissabores. Senti-me vingado durante a sessão do filme (muito bom, por sinal), ao tempo em que me identifiquei amplamente com o personagem de Fabrice Lucchini, um ator teatral que vive isolado numa ilha luxuosa, e que escarnece da sinceridade de um ator de TV (Lambert Wilson), que, admirador de seu talento, o convida para voltar aos palcos. Prefiro não avançar em detalhes sobre a trama, visto que o filme será exibido várias vezes durante o Festival Varilux de Cinema Francês 2013, mas adianto que o meu acompanhante demonstrou ser infelizmente vilanaz: não dá mais para confiar nele! Não o rechaçarei publicamente, não falarei mal de sua pessoa sem necessidade, não o xingarei, não virarei a cara se ele vier me procurar, mas... Tratos com ele não são mais possíveis: ele mente, ele trai! Exatamente como entrevisto na peça molieriana encenada no filme...

Antes da sessão, duas personalidades importantes da política governamental – a secretária de Cultura Eloísa Galdino e a responsável pela restauração da sala de cinema Vitória, na antiga Rua 24 Horas (atual Rua do Turista), Rosangela Rocha – discursaram: a primeira ateve-se aos contributos estatais envolvendo o uso público e “alternativo” desta sala de cinema, na qual, segundo ela, haverá a predominância exibitória de filmes brasileiros (inclusive sergipanos); a segunda servindo-se de uma paráfrase de título de filme de Bigas Luna para exclamar que está fazendo a sua parte e que os benefícios adquiridos são coletivos. Não vou discordar delas duas, por enquanto (informações jornalísticas sobre o evento podem ser encontradas aqui): a reforma da sala ficou muito boa, o espaço está bastante aconchegante e o filme escolhido para esta pré-inauguração foi oportuníssimo! Pena que não apenas isso esteja em jogo...

Wesley PC> 

Um comentário:

AmericoAmerico disse...

kkkkkkkkkkk, imaginei a cena de você vendo a viatura! que louco! :)