quarta-feira, 15 de maio de 2013

“UM FAVOR MATA MAIS RÁPIDO QUE UMA BALA”?

O lema entre aspas foi proferido pelo célebre advogado cocainômano vivido por Sean Penn em “O Pagamento Final” (1993, de Brian De Palma). Para além da minha concordância tangencial em relação à mesma, sinto na pele um efeito paralisante desta tese: aceitei a súplica burocrática de um antigo contratante profissional e, por conta disso, dediquei doze horas de minha jornada de hoje ao atendimento de dúvidas de alunos universitários, enquanto, nalgum lugar, o rapaz que mais desejo sexualmente neste exato instante pode estar se masturbando sozinho, quando eu não me oporia estar dando-lhe uma mãozinha, uma boquinha, alguns dedinhos... Ele lá, eu aqui, o mundo girando e algumas pessoas sofrendo de AIDS, inclusive um parente muito próximo!

Em breve, irei para casa. Talvez seja tarde, talvez ainda dê tempo de dar uma sacolejada em minha glande favorita. Por ora, penso no que o romance de José de Alencar que terminei de ler mais cedo (“Ubirajara”, de 1874) me causou: amor, muito amor em minhas entranhas, apesar de uma tristeza remota e do desagrado em relação à beligerância das tribos que protagonizam o enredo. Antes de ser Ubirajara, o protagonista se chamava Jaguerê; depois, ele se batiza como Jurandir. Apaixona-se por duas mulheres: a araguaia Jandira e a tocantim Araci. A segunda aceita manter a primeira como amante de Ubirajara. A primeira rejeita a oferta, mas, ao final, se convence da licitude deste amor duplicado. E eu aqui, beirando o tédio. Ai, ai...

 Wesley PC>

2 comentários:

Douglas Soares disse...

A frase na verdade é dita por Carlito para David, o advogado.

Gomorra disse...

Muito obrigado pela correção... Eu lembrava disso, devo ter confundido as bolas na rememoração afetiva.

Valeu!

WPC>