Eis o que eu repetia compulsivamente para mim mesmo na manhã
de hoje, antes de ver “Trash Humpers” (2009, de Harmony Korine), cineasta que é
alvo de minha paixão desde que roteirizou os dois melhores filmes do Larry
Clark [“Kids” (1995) e “Ken Park” (2002, co-direção: Edward Lachman)] e
realizou o maravilhoso “Vida sem Destino” (1997). Não gostei muito de “Julien
Donkey-Boy” (1999) nem de “Mister Lonely” (2007), ambos contando com o genial
cineasta Werner Herzog no elenco, mas parece que o diretor voltou à inspiração anárquica
em “Spring Breakers” (2012), que ainda não estreou no Brasil, mas pelo qual estou
ansioso...
Seja como for, em minha opinião o diretor está arrasador em “Trash
Humpers”: vi o filme um tanto por acaso, mas me deslumbrei desde o início, com
a utilização ostensiva de imagens desgastadas de fita VHS como efeito fotográfico
persistente. As atuações dos idosos sociopatas e mascarados não são tão boas,
mas as musiquinhas que eles cantarolam, as cenas de perversão inaudita (vide o
momento em que os velhinhos andam de bicicleta arrastando bonecos pela grama e,
em seguida, masturbam-se diante de árvores) e o desfecho “feliz” são excelentes,
de modo que não apenas o filme me comprovou, por extensão inversa, que o mundo
é, sim, muitíssimo bom (apesar de cruel às vezes, por conta de seus habitantes) como também assegurou que o seu jovem diretor e roteirista ainda é genial. Estou contente, neste
exato momento. E, lá fora, chove. Êba!
Wesley PC>
2 comentários:
sempre imagino o que farei de mim nessa idade.
Bem-vindo ao clube, então (risos)
Mas o truque, Everton, é pensar menos na idade que vem e fazer mais na idade em que estamos.
Saudades de tu.
Abraços fortes!
WPC>
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