quinta-feira, 18 de abril de 2013

HOJE EU ACORDEI COM VONTADE DE VER UM FILME PORNÔ LOGO PELA MANHÃ!

"Em termos de estrutura narrativa, o gênero cinematográfico que mais se aproxima do filme pornô é o musical. Como este, o 'hard core' requer que cenas específicas ('números') façam parte dos filmes, característica peculiar também a outro gênero, os filmes de lutas marciais. Tal como se espera encontrar num musical uma variedade de números de canto e dança, e num filme de artes marciais 'números' de karatê ou kung fu, um filme pornô também deve conter cenas específicas - números de ação sexual explícita - que atendam às exigências genéricas e às expectativas de seu público. Certamente, o grau de integração destas cenas na narrativa é variável tanto entre os filmes quanto entre os três gêneros que, de algum modo, estabelecem estratégias específicas de balanceamento entre os números e o fluxo narrativo" (ABREU, Nuno César. O Olhar Pornô: a representação do obsceno no cinema e no vídeo. Campinas/SP – Mercado de Letras, 1996. Página 103).

 Por causa da citação acima, constante do livro que leio com fervor desde sábado, a fim de amplificar o escopo comparativo de minha pesquisa de Mestrado, acho lícito estabelecer cotações elevadas para filmes pornográficos que, apesar de serem qualitativos e/ou inovadores, são também cansativos em seu sobejo de sexo. Na manhã de hoje, portanto, assisti a um dos maiores clássicos norte-americanos do gênero, “Geração New Wave, Sexo New Wave” (1985), dirigido por Gregory Dark e protagonizado, numa das seqüências, pela ninfeta Traci Lords, apenas com 17 anos na época das filmagens, que, vestida de diabinha, abocanha um ator inconvincentemente fantasiado de anjo.

 Musicado por bandas que eu não conheço, destacando-se a faixa inicial, “Electrify Me”, executada por The Plugz, o filme é bastante exitoso em seu objetivo de documentar as mudanças culturais de uma década: enquanto assistem a um filme pornô típico, dois amigos adormecem e imaginam-se, em sonho, controlando uma agência de prostituição em que as músicas que são executadas durante os atos sexuais são importantíssimas. Um dos amigos é negro e porta-se como um executivo do Bronx. O outro é gordo, e veste-se como um ‘punk’, destacando-se a sua camiseta com o símbolo da anarquia. Entre eles, há um rapaz loiro, que porta-se como cachorro e campainha telefônica, ao mesmo tempo. À medida que o filme evolui e apetrechos estranhos como fones de ouvido com formatos de seios ou de pênis e um vibrador dourado são apresentados, acompanhamos aos números sexuais que visam diferenciar-se da modorra então desgastada no gênero.

 Numa primeira seqüência de coito, uma patinadora fode com os dois personagens brancos do escritório, enquanto o negro apenas se masturba ao lado. Na seqüência seguinte, acompanhamos um personagem árabe (o belo Peter North) assistindo a duas mulheres que se beijam e, em seguida, metendo-se literalmente entre elas. Depois, presenciamos a seqüência mais famosa do filme, premiada em vários festivais especializados, em que Ginger Lynn submete-se a uma penetração dupla, perpetrada por dois supostos ‘nerds’, um deles interpretado pelo formoso Tom Byron, o qual eu já conhecia (e desejava) a partir deste filme aqui. Seguem-se as intervenções erotógenas de uma atriz um tanto oriental (Kristara Barrington), que fode com o personagem negro (finalmente), com policiais, e, ao final, depois que os protagonistas acordam, não acredita quando um deles a confidencia que ele e seu amigo tiveram um mesmo sonho e que ela era uma das personagens principais do mesmo.

 Num sentido geral, é óbvio que o filme é defeituoso e até mesmo potencialmente entediante (para quem não consegue se excitar diante de cenas repetidas de penetração vaginal, como eu), mas, genericamente, sou obrigado a admitir que “Geração New Wave, Sexo New Wave” é primoroso. Pena que a cópia de que disponho não possui legendas, senão eu me ofereceria para acompanhar alguns heterossexuais não-cinéfilos durante a sessão. Quem sabe este sonho pervertido não se torne realidade em breve? (risos) Hoje é dia 18. Nos últimos três meses, esperma assentava em meu sistema digestório neste dia! Ôba!

 Wesley PC>

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