terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

QUEM DERA O TÍTULO FOSSE APENAS UM ÍNDICE...

Na manhã de hoje, tive o prazer (por falta de palavra melhor) de abraçar fortemente uma moça linda enquanto esta chorava copiosamente. Eu a sentia tremer enquanto a apertava carinhosamente, beijando os seus cabelos e pedindo para que ela se ocupasse com seus estudos. Minutos depois, o objeto humano responsável por seu choro era apelidado de “rio caudaloso de brilhantismo” por seu orientador, num sobejo panegirista (justificado?) relacionado à defesa de monografia do mesmo. Ao chegar em casa, não podia me furtar a uma obrigação referencial: hoje eu precisava ter visto o curta-metragem chinês “Cry Me a River” (2008, de Jia Zhang-Ke, cineasta que empresta um de seus componentes nomenclaturais a minha cadela ‘poodle’ no cio). Dito e feito: acabo de ver o filme e ainda estou organizando em minha mente as impressões sobre ele...

 Na obra, dotada de mais ou menos vinte minutos de projeção, dois casais se reencontram após alguns anos. Tendo estudado juntos na universidade e editado um jornal de poesia intitulado “Minha Geração” (que, por motivos políticos, durou apenas uma edição), eles não se sentem mais jovens e, ao passearem pela cidade onde viveram, agora debaixo d’água, eles pensam no passado, eles lamentam o futuro, eles aceitam o presente. Relacionando as impressões dos personagens diante da realidade que se descortinava à frente deles aos eventos narrados no primeiro parágrafo, eu digo: entendi as lágrimas daquela garota tão bonita, sentindo-me na obrigação de falar novamente com ela antes de ir para casa. Ao telefone, ouvi que ela esboçava alguns sorrisos. Menos mal...

 Wesley PC>

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