quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O TEMPO EVANESCENTE (OU A REALIDADE A PARTIR DE UM SONHO)


Três detalhes que me ansiavam antes de dormir:

1 – uma tentativa de (re)conciliação com um rapaz cujos hábitos sociais (ou sociopatas) diferem bastante dos meus;

2 – indefinição estrutural acerca de minhas necessidades acadêmicas atreladas aos prazos de Mestrado (soube na segunda-feira que devo qualificar minha dissertação dia 15 de abril);

3 – um encontro vindouro com um rapaz intelectual e habilmente conselheiro, em cuja oportunidade veríamos juntos um filme que, por ser muito belo e ter algumas suspeitosas conotações políticas em seu bojo (oportunamente suplantadas pelo viés romântico do enredo), me intriga por ter me seduzido tanto...

Adormeci às 2h da madrugada e sonhei, como é costumeiro. Não lembro com precisão dos detalhes desta prévia experiência onírica da madrugada porque, às 4h40’ da manhã, minha mãe cai sobre mim na cama, ao tentar se levantar para despertar o meu irmão mais novo para o trabalho: ela estava tonta. E vomitava.

Levei-a ao banheiro e voltei a dormir, enquanto ela ficou deitada no sofá da sala, a fim de tentar aplacar o seu mal-estar digestivo. E sonhei: tinha um encontro vindouro com um rapaz intelectual e habilmente conselheiro, que calhava de não ter um telefone celular. Meu irmão trazia um marginal indígena e menor de idade para dentro de minha casa. Conversamos um pouco e descubro que ele era hemofílico e tinha contraído alguma doença venérea por causa de suas freqüentes transfusões sangüíneas. Acho-o bastante sensual, para além de tudo isso (ou por causa disso, melhor dizendo). Sabe-se lá por que motivo, meu irmão desfere quatro tiros contra ele, que se esconde entre alguns vasos de comigo-ninguém-pode de minha mãe. O menininho indígena chora e sangra. Meu irmão também chora, mas o assassina com um quinto tiro, mesmo assim. Fico sem saber o que fazer: denunciar o meu irmão à Polícia? Esconder o corpo? Cancelar o meu encontro? Minha mãe se desespera e, de repente, policiais surgem em minha casa, para prender o meu irmão, que aceita a punição de bom grado. Quatro vizinhos o haviam denunciado. Fico desesperado para avisar ao rapaz que me esperava na porta de um cinema que não poderia comparecer. Mas ele não utilizava celular. Telefono para sua residência e sua avó idosa atende. Explico-lhe tudo, ela fica preocupada, anota o recado, mas diz que não pode me ajudar muito. Vou à missa fúnebre do marginal indígena e menor de idade que meu irmão assassinou e, lá, o irmão mais velho dele, que me jurara vingativamente de morte, abraça-me e me perdoa, dizendo que eu não tenho culpa de nada. Ao voltar para casa, meu irmão estava diante de casa: havia recebido uma folga de um dia na prisão. Havia sangue sobre ele. Minha mãe, entretanto, lavava os pratos tranquilamente dentro de casa. Vou jogar Show do Milhão no computador, quando sou interrompido por duas visitas inusitadas: o rapaz com quem eu me encontraria (que não era o rapaz real, mas um garoto bonito e inteligente com quem estudo no Mestrado) e o irmão músico de uma de minhas professoras. Eles entendem o motivo de minha ausência e conversam amistosamente comigo na calçada que faz fronteira com a frente de minha casa. Acordo. Uma mulher chamava por minha mãe. O motivo: noticiar-lhe que uma amiga em comum de ambas havia falecido na manhã de ontem, no asilo em que estava internada. O pior: teve que ser enterradas às pressas, pois seu corpo estava deteriorando, por causa de uma combinação de acidentes vasculares cerebrais, diabetes, feridas inflamadas pelo corpo e muitas outras moléstias. Minha mãe vomitava e estava febril. A tontura ficara ainda pior. Não consegue comer. Tive que cancelar o meu encontro vespertino. Recebi apoio de meus amigos. Senti (e sinto) medo, mas nada que eu não possa enfrentar. Acredito nos meus sonhos!

Wesley PC> 

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