sábado, 19 de janeiro de 2013

“I TRY TO FORGIVE, I TRY TO FORGET...”


Aos poucos, minha mãe se recupera da moléstia que a afligiu nos últimos dias. Vomitou bastante, tomou alguns comprimidos de cinarizina (uma substância farmacológica que ajuda a controlar os efeitos da labirintite) e, na noite deste sábado – dia da semana que gosto bastante! – vimos juntos um filme pretensamente merencório de Todd Solondz: “A Vida Durante a Guerra” (2009), que, supostamente, continua os eventos tragicômicos de “Felicidade” (1998), mas com um elenco completamente diferente. Eu não lembrava direito dos detalhes do filme original e ela não assistiu ao mesmo, mas, mesmo assim, o filme conseguiu nos comunicar algo: perdoar é preciso!

Nas tramas entrecruzadas do filme, um garotinho de 13 anos descobre que o pai que acreditava estar morto, na verdade, está preso por pedofilia homossexual. Uma de suas tias, batizada com um nome que lembra alegria, lamenta o término de um romance recente com um ex-viciado em ‘crack’ que não consegue controlar seus impulsos pornográficos telefônicos. Ignorado por ela, ele se suicida. Quando ela tenta restabelecer o contato, é tarde demais: ele já estava morto. Resta a ele aparecer como avantesma para ela, e solicitar que a mesma também se suicide. Ele quer que ela atire em sua têmpora; ela prefere ingerir pílulas com álcool. Ao final, uma canção-tema graciosa, escrita pelo diretor, mas interpretada por Devendra Banhart.

Não é um filme ruim de todo, mas cansa em suas pretensões lacrimosas ridicularizantes. Entretanto, a breve aparição de Charlotte Rampling como uma mulher abandonada pelo marido ‘gay’, que equipara ser casada a estar sozinha. “Estar sozinha é estar sozinha”, corrige o ex-presidiário pedófilo com quem ela faz sexo e que rouba o seu dinheiro. Antes disso, o espectro de um personagem falecido indica que, “nalguns casos, uma traição pode salvar um casamento”. E, mais cedo, enquanto esperava um casal de amigos e um professor querido encerrarem o seu almoço, eu me chateava com um entalhe publicitário de madeira, no qual, sobre o I maiúsculo da palavra TURISMO, havia um inconveniente pingo. É só o que posso adiantar por enquanto: foi um dia feliz!

Wesley PC> 

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