terça-feira, 9 de outubro de 2012

OBSERVAR A VIOLÊNCIA E NÃO INTERVIR É SER CÚMPLICE!

Dormi assustado na noite de ontem: resolvi assistir ao filme australiano "Os Crimes de Snowtown" (2011, de Justin Kurzel) iludido de que seria um filme homoerótico superficial e me deparei com uma contundente obra australiana, sobre os graus de violência extrema a que nos deixamos submeter por pusilanimidade.

No filme, o belo e taciturno Lucas Pittaway interpreta o mais velho dos três filhos de uma mulher sem sorte em seus casamentos. Seu último marido molestou sexualmente os garotos, todos menores de idade. Depois que ele vai preso, ela se afeiçoa a um recém-chegado a seu bairro, que demonstra simpatia ao convocar reuniões de moradores a fim de descobrir quais são os párias do local. Aos poucos, Jamie, o citado primogênito da mulher mal-relacionada, descobrirá que seu padrasto é um assassino inclemente, preconceituoso e sádico ao extremo.

Magnificamente dirigido, interpretado e musicado, este filme dificulta a apreensão apenas entretenedora por parte do espectador em relação à trama ao mergulhá-lo numa espiral de torturas, sanguinolência, estupros e homofobia, que redunda  numa inconfortante confissão de que foi tudo verídico, que, de fato, aqueles personagens viveram e mataram na Austrália. Saí da sessão impressionado (e amedrontado): como é que eu não fui apresentado a este ótimo filme antes?! A realidade apavora!

Wesley PC>

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