segunda-feira, 15 de outubro de 2012

E, CONFORME DISSE MONTESQUIEU (1689-1775): "LIBERDADE É O DIREITO DE FAZER TUDO AQUILO QUE AS LEIS PERMITEM"...

Quem diria que eu fosse me enxergar tanto em "Solidão" (2008, de Çagan Irmak), filme turco que vi na manhã de hoje, forçando-me a desgostar. Tratava-se de um filme elogiado por um amigo hedonista, em relação ao qual mergulhei numa crise (des)apreciativa da qual não consigo mais me esquivar... Por este motivo, cria que fosse desgostar do filme, como se fosse obrigado a tal, mas... Não consegui: a personagem de Melis Birkan é tão encantadora, que me vi apaixonado por ela - como se eu fosse ela, para ser mais específico! 

O filme conta o drama de um dono de restaurante mulherengo que se apaixona pela dona de uma loja de fantasias infantis. Após certo esforço, ele consegue conquistá-la, mas ejacula precocemente na primeira vez que transam. Ela reverte o jogo sexual e ensina-o a relaxar antes do orgasmo, proporcionando-lhe grande prazer, a ponto de ele permitir que ela conviva com ele por muito mais tempo que permitiu a qualquer mulher de sua vida. Um dia, eles recebem a visita da mãe dele, que se afeiçoa bastante a ele, a ponto de, antes de voltar para o interior, a matriarca pedir ao filho que nunca a deixe partir. Ao chegar em casa, ele faz justamente o contrário: termina o namoro, sem qualquer motivo aparente, deixando Ada absolutamente desolada. Contar mais eu não posso: vejam o filme! Mas adianto que chorei bastante...

Para o meu extremo espanto, este filme emulou (em outras vias sentimentais, claro) um dos dilemas que mais me afligem, cognominado como "assimetria do desejo" neste 'blog', algo que reverbera em quase cada um de meus textos, no que tange à dificuldade essencial de convencer outrem de que eu os amo infinitamente. O filme desmascarou a minha sina, fingindo que se aliava ao protagonista masculino, quando, conforme bem demonstra o fotograma que escolhi como moldura para esta postagem, é o inverso que acontece: a perspectiva feminina é dominante e contagiosa. Por isso, chorei sinceramente de emoção. Lindo filme!

Wesley PC>

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