quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DESAFIO DOS NOVE FILMES DESCONHECIDOS - #05: “É FALTA DE EDUCAÇÃO NÃO FAZER A MESMA COISA QUE AS OUTRAS PESSOAS QUANDO ESTAS TE OFERECEM UM TETO!”

Até a metade de “A Maldição de Lemora” (1973, de Richard Blackburn) não estava achando o filme tão genial. Tratava-se de uma obra B injustamente subestimada, tão político em sua exposição de perversões sobrenaturais quanto muitos outros clássicos do gênero. Quando a personagem-título aparece (muitíssimo bem caracterizada por Lesley Taplin), entretanto, o filme cresce impressionantemente, torna-se extraordinário!

 No filme, a garotinha Lila Lee, adotada por um reverendo (interpretado pelo próprio diretor – muito bonito, aliás), é traumatizada pelo assassinato violento de sua mãe adúltera. Após um mal-estar sentido durante uma missa – agravado pelo fato de o reverendo recusar as suas “demonstrações humanas de afeto” por considerá-las contraproducentes – a garotinha foge de seu abrigo eclesiástico e, após pegar carona com um motorista de ônibus saca que atola num pântano fétido e habitado por estranhas criaturas, é adotada por uma sedutora vampira, a Lemora do título, que demonstra um estranho desejo por ela.

 Na casa onde esta vampira vive, diversas outras crianças bizarras também habitam, mas Lila Lee logo perceberá que as mesmas são utilizadas como alimento sangüíneo para Lemora. Temendo um destino similar, ela foge, mas depara-se com “a igreja mais antiga de todas” e presencia uma mortal luta entre vampiros e as criaturas pantanosas. De repente, Lila Lee está novamente no púlpito do início do filme, como se tudo fosse um imenso ‘flash-forward’, entremeado pela aguardada concretização do desejo sexual entre ela e o reverendo. E por aí vai...

 Para além de suas convenções ‘off-hollywoodianas’, o filme possui aspectos psicanalíticos impressionantes, de modo que me imaginei lambendo o cu de um dado rapaz durante a sessão, mas precisamente, da cena em que Lemora elogia o corpo nu de Lila Lee em diante. Quem diz que filmes de terror são deliciosamente perigosos tem razão!

 Wesley PC>

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