sexta-feira, 19 de outubro de 2012

DESAFIO DOS NOVE FILMES DESCONHECIDOS - #06: “A SOLIDÃO É UM ERRO... UM ERRO!”

Poucos minutos de exibição de “Pecados da Juventude” (1975, de Silvio Amadio) e eu já havia decifrado a charada: este filme é uma das influências genéticas definitivas do tipo de cinema psicanalítico que o inspirado Ody Fraga escrevia. Para além de suas divergências narrativas crassas, são óbvias as pontes dramatúrgicas entre este filme e “Erótica, a Fêmea Sensual” (1984), por exemplo. Mas vamos ao filme pelo que ele tem de original:

 Na trama deste filme, Angela, uma sensual adolescente (Gloria Guida) fica irritada quando descobre que seu pai vai se casar novamente. Alia-se a um namorado gigolô Sandro (Fred Robsahm) e mira a desmoralização de sua madrasta Irene (Dagmar Lassander) como um objetivo imperioso. Dito e feito: depois que o pai dela é convocado a Roma por um ministro, Angela inicia um poderoso jogo de sedução sobre Irene, até que consegue desvendar que, na adolescência, ela tivera um caso duradouro com outra rapariga, que tentou fingir que era uma mulher respeitada, mas terá sempre esta chaga desejosa mal-resolvida em seu peito. Angela finge consolá-la (“o que aconteceu ontem não é mais tão importante hoje: a vida é feita de presente e futuro!”), mas o que ela quer mesmo é desnortear Irene. Convida-a para sair, mas depois a despacha, dizendo que é jovem e, como tal, prefere estar entre aqueles que têm a mesma faixa etária que si. Convida-a para festas, mas depois a trata com indiferença. Até que as duas banham-se juntas num local convenientemente chamado Praia das Virgens e Sandro as fotografa durante um ato sexual, com vistas a chantagear Irene. Mas é tarde: Angela apaixonou-se de fato por ela. E a morte de Irene, graças a um acidente automobilístico, será um castigo implacável!

 Uma estória simples, direta, mas incisiva em seu discurso pró-liberação de instintos. Não gostei tanto no início, mas interessei-me bastante pelo filme durante a sua agradabilíssima projeção: não entendo por que ele permanece desconhecido. Este filme tem tudo para arrebatar grandes audiências excitadas, ainda hoje: afinal de contas, a nudez (feminina) é contínua e muitíssimo bem-inserida na trama. Gostei. E não apenas porque é um objeto comparativo de estudo...

 Wesley PC>

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