quarta-feira, 26 de setembro de 2012

“TEM GENTE QUE PASSA A VIDA INTEIRA FODENDO COM A VIDA DOS OUTROS... POIS EU FODO COM A MINHA PARA PODER GANHAR A VIDA!”

Faz tempo que me recomendam “Elvis & Madona” (2009, de Marcelo Laffitte): “tu tens que ver este filme, Wesley! É a tua cara”, diziam-me. Quando eu soube que ele seria exibido num canal fechado nesta noite de terça-feira, não titubeei: é hoje que eu tiro a prova!

 Para falar a verdade, apesar da premissa inusitada da entregadora de pizzas lésbica que se apaixona por um travesti, não tinha muita confiança de que seria um bom filme, mas resolvi dar um voto de confiança pleno à produção. E, se a exposição da claquete na cena inicial me deixou positivamente apreensivo, a primeira aparição de Igor Cotrim como o travesti Madona e a trilha sonora original do filme não me animaram muito. Mas Simone Spoladore está tão fabulosa que eu logo me rendi: “quem sabe o filme não melhora do meio para o final?”

À medida que avança, o filme tanto melhora quando piora: fica muito bom quando discute questões de gênero e de aceitação social, mas descamba para o populacho quando se rende à comicidade canhestra ou a tramóias policialescas inverossímeis. Quando eu estava me empolgando com algum detalhe (admito: a gravidez de Elvis é um achado, bem como as canções que mencionam o casal protagonista!), vinha uma cena muito idiota (aquele filme pornô imitando o Egito antigo, por exemplo) e quase estraga tudo. Porém, se me pedirem para elogiar o filme, o faço de bom grado: não apenas minha mãe sorriu (e se emocionou) bastante durante a sessão como eu ouvi um providencial conselho por parte do travesti protagonista: “às vezes, a vida te tira tudo. Mas o que tu realmente precisas – ou mereces – ela dá de volta, no momento certo”. É nesse conselho que eu me fio!

Wesley PC>

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