segunda-feira, 20 de agosto de 2012

“TEMOS QUE PENSAR TRADICIONALMENTE E AGIR ESTRATEGICAMENTE” – PARTE 1: O DOCUMENTÁRIO, A REALIDADE

Como não quer nada, sem saber de nada, assisti por acaso, nesta tarde de segunda-feira, ao documentário “Budrus” (2009, de Julia Bacha), sobre as manifestações pacíficas, por parte de aldeões cultivadores de oliveiras, que duraram quase dois meses, a fim de evitar que o governo israelense construísse um muro sobre uma região onde estavam as plantas e os cemitérios daquelas pessoas. Um ponto de partida real absurdo que denuncia com vigor uma injustiça atroz e, enquanto fermento documental, é conduzido a interessantes soluções discursivas, estando focado nos esforços de um militante para impedir que os seus vizinhos recorram à violência durante os protestos.

 Dentre as cenas que mais me impressionaram no filme, estão: o depoimento de Yasmine, a soldada israelense que foi carinhosamente acolhida pelos militantes palestinos; a cena mostrada na foto, quando crianças são buscadas no colégio para arregimentar os protestos não-violentos contra a construção do muro; o depoimento de uma ativista sul-africana, que relembra sua luta contra o ‘apartheid’ para justificar sua adesão àquela causa; os clamores para que os adolescentes da aldeia não atirassem pedras contra os soldados israelenses, armados e também adolescentes; e todas as cenas telejornalísticas, que demonstram o quanto a violência é legitimada e/ou normalizada pelos meios de comunicação de massa hebreus. Pensava que se tratasse de um documentário televisivo banal, mas é um vigoroso testemunho em prol dos povos oprimidos e tenazes. Mexeu comigo, com meu coração!

Wesley PC> 

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