segunda-feira, 6 de agosto de 2012

“SOU TÃO FELIZ QUANTO UM PASSARINHO NA GAIOLA...” (OU: A EJACULAÇÃO POR PROCURAÇÃO)

Em algum lugar do mundo, alguém que conheço deste estar ejaculando no exato momento em que escrevo estas palavras. Enquanto eu via o clássico “Os Primos” (1959, de Claude Chabrol) talvez também houvesse. Ejaculações são importantes para manter o equilíbrio, para desbloquear o caráter e permitir a inserção de admoestações preventivas, conselhos, declarações veladas de amor. Tudo isso cabia no magnífico filme que vi. E, por mais que eu tenha me decepcionado um tanto com o trágico desfecho do filme (em que um dos protagonistas é acidentalmente assassinado pelo outro), talvez esta decepção seja um indício de ciúme, no sentido de que, ali, a morte era apenas uma hipertrofia pleonástica do que já estava acontecendo desde o começo do filme. Era como se fosse uma compensação extremada das más escolhas dos personagens. Ou uma advertência. Ou uma conversão simbólica do realismo chabroliano. Seja como for, o filme é exemplar, excelente e me perseguirá até o final dos meus dias: é o meu testemunho!

Wesley PC>

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