domingo, 10 de junho de 2012

“QUANDO TU TIVERES A MINHA IDADE, TERÁS ALGO MAIS PARA PENSAR, ALÉM DE GAROTOS!”


“The moment I saw him smile
 I knew he was just my style
 My only regret is we've never met 
Though I dream of him all the while

 But he doesn't know I exist
 No matter how I may persist
 So it's clear to see there's no hope for me 
Though I live at fifty-one-thirty-five Kensington Avenue 
And he lives at fifty-one-thirty-three 

How can I ignore the boy next door
 I love him more than I can say
 Doesn't try to please me 
Doesn't even tease me 
And he never sees me glance his way

 And though I'm heart-sore, the boy next door
 Affection for me won't display
 I just adore him 
So I can't ignore him
 The boy next door

 I just adore him 
So I can't ignore him
 The boy next door” 

Não é de hoje que eu sentia gana de ver “Agora Seremos Felizes” (1944), musical de Vincente Minnelli elogiado nas páginas 192 e 193 do guia 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer: apesar da premiada “The Trolley Song” e de a competência superlativa do diretor serem mais do que suficientes para angariar a minha atenção desejosa, diversas contingências afastaram-me deste filme até os 31 anos de idade. Mas, como nunca é tarde demais, no dia em que a protagonista Judy Garland completaria 90 anos de idade, eu pus-me imaginariamente sob o seu vestido e cantei ao lado dela a canção que serve de epígrafe a esta postagem: que filme lindo! 

Para além de seu aparente escapismo (o roteiro do filme é focado no cotidiano de uma família predominantemente feminina que, em 1903, tem como problemas a alfaiataria fechada que pode impedir que uma das filhas tenha companhia para um baile), “Agora Seremos Felizes” faz um elogio às pequenas coisas e as belezas subestimadas pela proximidade geográfica que muito tem a ver com aquilo que eu sinto quando pareço eventualmente conformista ao assumir que, proporcionalmente, não me sinto insatisfeito por viver no menor Estado do Brasil. E, apesar de eu não ter entendido adequadamente uma estranha e intimidadora seqüência de Halloween neste filme, tenho certeza de que esta foi essencial para a delimitação do comportamento tendente à violência de uma das irmãs menores (vivida magistralmente por Margaret O’Brien) da protagonista. Conforme bem resumiu o articulista responsável pelo elogio ao filme no referido guia, a cena em que esta menininha destrói os bonecos de neve de sua casa logo após cantarolar uma singela ode ao Natal é impressionantemente subversiva dentro do contexto espetaculoso hollywoodiano. Fiquei apaixonado pelo filme: meus desejos e temores foram transferidos para aquela família mimada, em especial, para a personagem Esther, que, apaixonada por seu vizinho, não hesita em convidá-lo para ficar ao lado dela enquanto a mesma apaga as luzes de sua residência. Que tentador! Ah, se fosse eu...

Wesley PC>

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