quarta-feira, 6 de junho de 2012

MASTURBANDO-SE AO SOM DO DISCO NOVO DA PATTI SMITH...

Duas de minhas sobrinhas neo-alagoanas estão grávidas: uma de 20 anos, que fez aniversário recentemente; e outra de 14, cuja data de aniversário eu nem sei mais. Pelo que eu pude apreender das conversas telefônicas entre minha mãe e minha irmã, mãe das duas grávidas, a primeira delas sente enjôos tão fortes que chega a precisar de internação hospitalar. Minha mãe, entretanto, ofereceu uma solução certeira a minha irmã: “basta enrolar algumas folhas de jornal nos seios que os enjôos passam!”. Não sei se minha sobrinha atendeu à dica de minha mãe, mas esta brilhante demonstração de senso comum bem-intencionado me fez pensar em muita coisa, inclusive no que diz respeito a estas questões femininas que, mesmo não sendo sentidas internamente por mim (menstruação, gravidez, hímen fisiológico), tendem a me ser tão caras...

 No mesmo dia em que recebi alguns elogios por conta da publicação de um texto sobre a Marcha das Vadias aracajuana e o paralelo com a trajetória de algumas cineastas – intitulado “Com Teto e Com Lei: Ou de Como Sergipe Também sabe Gritar Contra a Opressão”, mas cujo título foi radicalmente modificado quando de sua publicação aqui – resolvi escutar o novo disco de minha musa alternativa Patti Smith: “Banga” (2012), recém-lançado no último dia 05 de junho. Composto por 12 canções, distribuídas ao longo de cinqüenta e oito minutos e trinta e quatro segundos, este disco me agradou pela sutileza. Analisando comentários da artista sobre suas composições, percebemos que “Banga” é deveras conceitual em sua organização de letras que remetem à colonização da América e ao movimento reflexo que os Estados Unidos tendem a fazer com o restante do mundo em contexto de pós-guerra. É um trabalho conceitual em relação às próprias obras anteriores da cantora, visto que ela é muito coerente em suas denúncias, mas, aqui, o dedo lírico da artista é apontado contra (e a favor) de alvos bastante definidos, que vão desde os tsunamis no Japão e o falecimento da cantora Amy Winehouse até o aniversário de Johnny Depp, comemorado no dia 9 de junho. Apesar de já ter ouvido o disco pelo menos quatro vezes na íntegra, de ontem para hoje, foquei minha atenção primordial na faixa de abertura, “Amerigo”, repetida enésimas vezes antes de dormir. Mas, obviamente, as faixas que mais me despertaram o interesse foram “Tarkovsky (The Second Stop is Jupiter)” (faixa 08), que menciona um dos diretores cujo extraordinário conjunto da obra teve sua genialidade beatífica assumida com dificuldade por mim, e a épica “Constantine’s Dream” (faixa 11), com mais de dez minutos de duração, em que a autora versa sobre o papel que os fazedores de arte desempenham na sociedade, como ela mesma afirmou numa entrevista.

Além das canções destacadas, a quinta faixa, que é homônima em relação ao título do disco, seduz por seu apelo roqueiro mais gritante, e canções como “This is the Girl” e “Maria” encantam por remeterem ao tipo de sensação compreensiva em relação à alma feminina a que me referi nas linhas iniciais desse texto, enquanto que a faixa 09 ("Nine") impressiona pela continuidade estilística com o disco "Gung Ho" (2000), que aprecio bastante. Mas queria aproveitar a deixa para falar sobre outro assunto: hoje de madrugada, eu sonhei. No sonho, um rapaz cujo pênis eu chupo (intermitentemente, é claro) há cerca de dez anos impedia-me de vasculhar os resquícios seminais que ele expelira durante um banho. Ele estava atrasado para um compromisso cm seus amigos de farra. Estava irritado por causa disso, inclusive, mas, mesmo assim, resolveu cochilar antes de sair de casa. Dormiu demais, ficou ainda mais atrasado. E, antes que ele despertasse, furioso, eu acordei. Assustado e impressionado, enviei uma mensagem de “bom dia” para o seu celular. Nunca se sabe... Tenho ciência de que os sonhos referem-se mais a pendências do passado que a previsões do futuro, mas não custa se precaver. Patti Smith, ainda cantando em meu rádio, que o diga!

Wesley PC>

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