quarta-feira, 23 de maio de 2012

PHILIPPE GARREL É UM DOIDO, ABSOLUTAMENTE TRANSTORNADO. LOGO, GENIAL!

Oficialmente, assisti a poucos filmes do cineasta experimental Philippe Garrel. Três, para ser bem preciso: o extraordinário “Le Révélateur” (1968, mencionado aqui); o belo e devastador “Les Hautes Solitudes” (1974, comentado aqui); e o impecavelmente inesgotável “Amantes Constantes” (2005, citado ‘en passant’ nesta resenha). Estas três obras excelentes são mais do que suficientes para que eu ateste a sua genialidade e o adote como grande motivador cinematográfico: por mais difícil que seja categorizar o seu estilo, a qualidade vanguardista de suas obras salta aos nossos olhos. E, quando falo olhos, sou bastante literal, visto que não raro o cineasta adota estratagemas sumamente silenciosos em suas obras-primas, priorizando a grandiosidade de suas imagens em preto-e-branco, comumente etéreas e religiosas, como acrescenta Gilles Deleuze. Não tinha por que eu não me tornar seu fã o quanto antes!

 Depois que me ouvi um elogio apaixonadíssimo do crítico Luiz Carlos Oliveira Junior a “Elle a Passé Tant d’Heures Sous le Sunlights...” (1985), fiz questão de verificar se conseguia encontrar o referido filme, do qual vi apenas algumas cenas, impressionantes em seu compêndio de imagens metalinguísticas, diálogos inaudíveis, referências artísticas elevadas, arte em estado bruto. Tenho que ver isto o quanto antes! Porém, antes deste apogeu, programei-me para conferir um punhado de filmes anteriores, vários deles protagonizados por sua ex-esposa, a cantora Nico, ex-vocalista do The Velvet Underground. Estou ansioso! E toda esta ansiedade – diga-se de passagem – é mera metonímia sentimental: novamente, há algo que me conduz a uma identificação frontal com os temas recorrentes deste gênio. Estou em crise. Ponto.

 Wesley PC>

Nenhum comentário: