segunda-feira, 14 de maio de 2012

NOTA MENTAL PARA MIM MESMO: “TU NÃO PRECISAS DESPERDIÇAR TUA CORAGEM OUVINDO ESTE DISCO, WESLEY!”

Confirmo agora o que disse antes: ainda não tive o demérito de ouvir uma canção do Justin Bieber até o final. Não sinto um pingo de vontade, aliás, o que me consola, visto que, pelo contrário, me sentia estranhamente compelido a assistir ao documentário em longa-metragem “Justin Bieber: Never Say Never” (2011, de Jon M. Chu), desde que soube de seu lançamento. Nutria tanta vontade de ver este filme que, se ele tivesse sido lançado em cópias legendadas nos cinemas daqui, eu juro que teria visto. Na noite de ontem, saciei este desejo chulo. E, para minha não-surpresa, até que não desgostei tanto do filme...

Apesar do título excessivamente nominal do filme direcioná-lo quase unicamente às fãs do arremedo de artista adolescente que era o imberbe Justin Bieber, o que se descortina ali é a forçada e minuciosa construção de um mito (no sentido mais industrial do termo). Nesse sentido, quiçá por um viés involuntário, não achei o filme de todo ruim: os depoimentos e imagens de arquivo são interessantes, do mesmo modo que é deveras sintomático a pouca importância dedicada às músicas do artista naquela produção. Quase nenhuma canção é executada na íntegra e, quando acontece, os tremeliques do moleque são muito mais importantes que a sua voz em falsete. As letras assumidamente triviais são escandalosamente creditadas a mais de cinco compositores cada uma, o que só demonstra o elemento desmascarado pelo documentário: o aspecto objetal de sua fama, rigorosamente produzida em laboratórios fonográficos muito mais preocupados com a vendagem dos discos do que com a sua qualidade essencial. Por isso, nunca me dispus a ouvir uma canção interpretada pelo Justin Bieber. Tenho medo dele! E isso vai bem além (ou aquém) de sua vilania ‘pop’ sub-involuntária...

Wesley PC>

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