terça-feira, 8 de maio de 2012

COMO ACEITAR TANTA BELEZA, MEU DEUS?!

Desde pequeno, ouço minha mãe dizer que “Irmão Sol, Irmã Lua” (1972, de Franco Zeffirelli) é um de seus filmes favoritos. Lembro de ter revisto alguns relances na infância, justamente quando o belo protagonista (vivido por Graham Faulkner) se despe diante de toda a população de sua cidade natal, a fim de aceitar a pobreza como algo que proporciona dignidade. À época, a nudez em si me impressionou mais que o discurso do filme como um todo, mas a semente havia sido plantada: não sou necessariamente um cristão, mas o exemplo de São Francisco de Assis me impressiona e motiva a ser um homem melhor!

Na manhã de hoje, finalmente assisti ao filme completo. Do meio para o final, ele me cansou, mas é um ótimo filme mesmo assim, maravilhosamente fotografado por Ennio Guarnieri, atravessado pelas belíssimas composições musicais do britânico Donovan, agraciado pela beleza grandiloqüente de Judi Bowker, no papel de Clara. O roteiro é irregular (parece fazer as pazes, no mau sentido do termo, com os desmazelos da Igreja na seqüência final, por exemplo), mas cumpre bem os seus objetivos biográficos: ele encanta, ele explica o porquê dos franciscanos merecerem o meu respeito para além de minhas tendências religiosas não-institucionalizadas. O próprio São Francisco de Assis fala melhor do que eu:

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. 
Onde houver ódio, que eu leve o amor; 
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; 
Onde houver discórdia, que eu leve a união; 
Onde houver dúvida, que eu leve a fé; 
Onde houver erros, que eu leve a verdade; 
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
 Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; 
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

 Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; 
compreender, que ser compreendido; 
amar, que ser amado. 
Pois, é dando que se recebe, 
é perdoando que se é perdoado,
 e é morrendo que se vive para a vida eterna”. 

Não acredito em vida após a morte, não sei como definir o conceito de ‘Verdade’ e minha religiosidade heterodoxa possui limitações acerca do que é prometido como “vida eterna”, mas esta oração sincera me emociona sempre que a ouço. Ela é, acima de tudo, uma ode ao possível. E esse “possível” tem nome de amor. Afinal de contas, como bem reclama São Francisco no filme, "todos falam sobre o pecado original, mas quase ninguém se lembra da inocência original"... 

Wesley PC>

2 comentários:

Jadson Teles disse...

e eu quero ver esse filme, eu gosto de São Francisco de Assis, e eu amo!
J.

Gomorra disse...

Amamos, meu bem, amamos!
Comprei o DVD com este filme ontem.
Valeu a pena!

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