sábado, 14 de abril de 2012

ESPECULAÇÃO SEXUAL PRIMEVA: OU DE QUANDO A MONTANHA VEM ATÉ O PROFETA!

Na noite de ontem, fui atingido contingencialmente por um filme que não conhecia até a tarde desse mesmo dia: “Eveready Harton in Buried Treasure” (1929). Pesquisei bastante sobre ele, mas as informações que encontro são vagas: descobri que o filme foi tecnicamente processado em Cuba, depois que estúdios norte-americanos relutaram em se envolver nesse projeto e tenho ciência de que o nome do diretor E. Hardon é um mero pseudônimo desviante, de modo que a ausência de créditos no curta-metragem dificulta bastante a obtenção de mais dados sobre a sua realização. Mas, seja como for, gostei bastante do que vi: tornou-se um dos meus favoritos pessoais!

Por mais que alguns exegetas indiquem que, apesar de seu polemismo erótico, “Eveready Harton in Buried Treasure” está longe de ser um bom filme, por causa de suas técnicas pobres de animação, eu sigo na direção contrária e ouso tachar este filme de obra-prima libertária, tamanho o seu desbunde narrativo, que inclui zoofilia, homossexualismo e masturbação sadomasoquista numa trama calhorda com menos de sete minutos de duração. Pelo que pude intuir, Eveready Harton é um personagem recorrente no submundo pornográfico, de modo que a historieta que aqui acompanhamos deve estar interligada a vários episódios anteriores e posteriores. No filme, o protagonista “sempre disposto” acorda sozinho num local deserto, com o pau obviamente duro [utilizar o termo ‘ereção’ aqui seria um contra-senso sociolingüístico (risos)]. Ele saca o seu revolver para afastar as moscas que se alojam sobre a sua glande, mas o pênis se destaca dele e se esconde atrás de uma pedra. Depois que consegue reverter essa castração, Eveready Harton utiliza o seu binóculo para buscar algum lugar para fazer sexo. Depara-se com pequenos cães em fila sobre uma grande cadela no cio, ofídios e pássaros cruzando e, finalmente, uma mulher que introduz solitariamente diversos objetos em sua vagina. Ele corre em seu auxílio, ora carregando o pênis num carrinho de mão, ora andando com este membro como se fosse uma terceira perna. Ao interceptar diretamente a mulher masturbadora, ele pede que ela não mais desperdice o seu vigor erótico com siriricas e arreganhe as pernas para receber sua pica dura, que é mordida por um caranguejo alojado na boceta da mulher e foge, conforme visto no fotograma. Em busca de seu pênis fugitivo, Eveready Harton penetra, sem pedir licença, o corpo de uma mulher enterrada na areia e, de repente, constata que, na verdade, enfiara seu pau no cu do homem que penetrava antes a referida mulher. O pênis dele engata no ânus do homem e ambos têm dificuldades para se soltarem um do outro. Quando o fazem, Eveready fica com inveja do homem que sodomiza uma cabra (algumas enciclopédias virtuais dizem que se trata de uma burra, mas a cópia do filme a que tive acesso não me permitiu identificar o animal) e pratica esgrima fálica com ele, numa seqüência que, adianto, me excitou eroticamente, visto que acho esta prática de contato genital masculino muitíssimo prazerosa. Chateado depois que o embate acaba, Eveready enfia o seu pênis no buraco de uma cerca de madeira e se deixa ser lambido por uma vaca apaixonada, quando aparece uma “moral da estória” em inglês arcaico: “onde houver uma maneira, haverá sempre o anseio de um ‘sempre-pronto’”. Tem como não se encantar com o atrevimento de um filme como este? Absolutamente genial!

Wesley PC>

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