sexta-feira, 9 de março de 2012

“CAFUNÉ, ATÉ DE MACACO!”

Na segunda-feira, conforme já anunciado, precisei sair do trabalho mais cedo pois me sentia com dor de cabeça. Fui para casa, dormi algumas horas e, quando acordei, percebi que estava com uma ereção insistente. No dia seguinte, não tive dor de cabeça, fui ao cinema e, às 15h em ponto, a ereção voltou. No dia posterior, quarta-feira, folguei no período vespertino e, mais uma vez, fui contemplado por esta ereção reluzente. Ontem, quinta-feira, trabalhei os três turnos seguidos e não tive tempo de apreciar a própria ereção, mas a recorrência da mesma nos três dias anteriores me conduz a uma reflexão aparentemente (apenas aparentemente) vulgar: de que serve um pau duro quando a gente não trepa?

Apesar de meu pênis ter praticamente duplicado de tamanho por causa das tais ereções, eu sentia que a mesma não era decorrente de energia sexual. Tanto que, numa ocasião específica, molhei os meus óculos de urina por não conduzir bem a “balançadinha” após uma mijada. Cheguei a cogitar esta ereção como sintoma de alguma doença ou reestruturação orgânica, mas uma colega de trabalho formada em Psicologia disse que eu poderia apenas estar entrando numa segunda puberdade. Ri bastante com esta definição, afinal de contas, pode ser plausível, visto que decidi perder a minha virgindade penetrativa este ano. Não depende só de mim, mas decidi. Quem sabe daqui para o final do ano eu não esteja me leiloando pela Internet? (risos)

Pensando no assunto – ou talvez não – ontem eu recebi uma buzinada enquanto caminhava por uma determinada avenida do conjunto residencial em que habito. O motorista sorridente de uma caminhonete me ofereceu carona e, quando entrei no veículo, percebi que se tratava do rapaz que me molestava quando eu era criança. Prefiro modificar o verbo: o rapaz com que eu ensaiava sexo quando ainda era muito menino. Casado, com mais de um filho já trazido ao mundo, conhecidamente mulherengo e adúltero, este rapaz perguntou “quando nós vamos sair de novo?” antes de me deixar na esquina da rua em que moro. E, por alguns instantes, eu me perguntei: “será que eu ficaria demasiadamente traumatizado se perdesse a minha virgindade com ele?”. O detalhe pitoresco é que este rapaz não tenta apenas me comer. Muito pelo contrário: em nossas últimas tentativas parassexuais, ele me masturbou, me alisou de diferentes formas e insistiu para que eu o penetrasse. Como sempre, eu fiquei demasiado relutante, mas nunca deixou de ser uma possibilidade efetiva.

Iniciei uma conversa sobre o assunto com um rapaz que trabalha comigo e, para além de crassas divergências vetoriais no quesito sexualista, enfrenta dilemas similares no que tange à (in)distinção entre sexo e amor. Um rapaz que ainda acredita numa monogamia voluntária, que nem eu. Não sei se ele entendeu bem o que eu quis dizer ou se ficou assustado com minhas alegações traumáticas, mas sorriu de um modo que muito me auxilia enquanto conforto. Fiquei mais tranqüilo por algumas horas. Dormi, acordei e, ao ligar a TV, hoje pela manhã, me deparei com um subestimadíssimo filme nacional em que um favelado pobre se apaixona por uma mocinha rica e mimada. Apesar dos conflitos sociais inerentes a tal romance, eles ficam juntos até o final do filme. Ela engravida, tem o filho, vai morar na favela, declara que o ama até mesmo nas situações mais delicadas. Ele conserta computadores, insiste em pagar contas de restaurante muito acima de seu orçamento informal, parece fiel a ela. Terminei me surpreendendo deveras com o filme, chamado “Cafuné” (2005, de Bruno Vianna). Não é necessariamente bom, visto que o roteiro se perde em muitas subtramas propositalmente (?) mal-resolvidas, mas a naturalidade titubeante com que este mesmo roteiro se desenvolve foi o que mais me chamou a atenção no filme. Terminei gostando do que vi. Era o alento definitivo de que eu precisava...

(e o dilema continua)

Wesley PC>

3 comentários:

Jadson Teles disse...

não sei meu bem se seria traumático, mas gostei do seu relato, gostei de ouvir essa experiência e se ele fosse pegável eu em seu lugar dava pra ele! rsrsrs, mas no fundo espero que voce encontre um belo cafuné.. xerinho.
J

Gomorra disse...

(risos)

Não sei se ele é "pegável" de fato, Jadson. Lembra que eu falei sobre um talzinho cheio de sebo no prepúcio, sebo ruim, de rola mal lavada? Então, é ele! É um cara dissimulado, vulgar, nojento em mais de um sentido (o que não são problemas, de todo), mas que, ao menos, insiste para que minha sexualidade seja aflorada junto á dele, como se ele fosse responsável por meu desabrochar também...

Sei não, talvez até rola, mas... Deixa queito!

WPC>

Jadson Teles disse...

vige, deixa quieto mesmo!