segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

SE ME DISSESSEM QUE ESTE FILME ERA TÃO BOM ANTES, NEM EU ACREDITARIA...

Seja franco, caro leitor, tu terias vontade de assistir agora, neste exato momento, a um filme de nome “Aventuras de um Paraíba” (1982, de Marco Altberg)? Pois bem, eu também não! O filme estava sendo exibido na TV, ontem à noite, e eu dei de ombros, preferi ficar lendo no sofá, ouvindo o silêncio do descanso após o carnaval alheio. À meia-noite, eu me sentia um tanto insone e liguei a TV, deparando-me justamente com a seqüência erótica mostrada em fotos nesta postagem. Resolvi verificar do que se tratava. A sinopse era banal, o erotismo era canhestro (mas sincero) e o ator principal, Caíque Ferreira, era bonito. Resolvi arriscar uma olhadela mais demorada. Melhor para mim, que pude ter a honra de prestigiar a seguinte situação fílmica:

Recém-chegado ao Rio de Janeiro, o protagonista paraibano toma banho de mar numa praia, enquanto é sequiosamente observado por um homossexual. De repente, alguns trombadinhas levam a roupa do nordestino. Chateado e preocupado com o dinheiro da passagem, o paraibano consente em aceitar o auxílio do afetado carioca, que o leva para sue apartamento, despe-se e pergunta se ele já havia feito amor com alguém do mesmo sexo. O paraibano estranha, se afoba, diz que não, mas fica curioso quando o carioca insiste que isso está na moda. Na cena seguinte, ambos estão deitados na cama, sob os lençóis. O paraibano se pergunta: “o que minha mãe diria se me visse agora?”, enquanto o carioca geme: “me chama de Vera!”. O paraibano inconscientemente atende e grita, enquanto realiza aqueles famosos movimentos penetrativos: “Vera, Vera!”. Impossível desligar a TV depois disso!

À medida que o filme evolui, fui ficando cada vez mais apaixonado pelo Caíque Ferreira e por seu personagem tão ingênuo quanto íntegro. Ele se apaixona pela personagem cega de Cláudia Ohana e, no processo de conquista de sua liberdade (já que ela é cativa de um traficante), envolve-se com uma fotógrafa interpretada por Tamara Taxman e tenta resgatar seu amigo Zé Preto (Lourival Félix) do mundo do crime. O desfecho carnavalesco do filme me deixou emocionado e excitado. Belíssimo! Como é que eu nunca ouvi falar desse filme antes? Ah, lembrei: por causa do título e da pergunta capciosa que fiz lá no início...

Wesley PC>

2 comentários:

Gabriel da Costa disse...

Meu querido, eu também já assisti a esse filme, e o achei muito divertido, mais você está errado em relação ao título, por que aliás, eu só me interessei pelo filme em razão do seu nome. Sou paraibano, e não gostei de ter lido esse início da sua postagem. Pense duas vezes antes de achar que todos vão ter a mesma opinião que você, pois se me falassem de um filme com esse título, era capaz de na hora eu ir assisti-lo. Passar bem.

Gomorra disse...

Na verdade, o que me deixou preocupado em relação ao "desinteresse" em relação ao filme foi o modo pejorativo como se escreve "um Paraíba". Isso me parece desrespeitoso. "Aventuras de um Paraibano" seria o correto, o mais 'normativo' em seu respeito ao gentílico da terra natal de minha mãe. Mas fico contente que alguém desafie a conotação embutida no preconceito titular (que, insisto, é generalizante, pois se refere indistintamente a quem é cearense, paraibano, ou de qualquer outro Estado nordestino, que nem fazem em relação ao termo "baiano", lá no Sudeste). Sou sergipano, já passei por isso! (WPC>)