domingo, 12 de fevereiro de 2012

“ – POR QUE VOCÊ BEBE TANTO?”

De ontem para hoje, estou lendo Charles Bukowski. Muito! Estou sem poder ver filmes até as 17h38’ deste domingo. Os contos deste velho bêbado e safado me servem de estranho consolo. Um consolo feroz, quase opositivo ao que se espera desta palavra. Nas redes sociais virtuais, o assunto mais comentado é a overdose fatal de drogas que acometeu uma famosa cantora norte-americana. Um amigo distante disse que isso decorre do desconhecimento dos próprios limites, relacionado à má administração da própria solidão. E, pouco tempo antes, eu havia lido um conto de nome “Não Exatamente Bernadete”, em que um hipocondríaco fere seu pênis enquanto se masturba com uma garrafa de Coca-Cola, pensando na paixão adolescente emulada no trecho abaixo:

“Conheci uma garota numa cidadezinha. Estava no início da adolescência, e se masturbava com uma garrafa de coca. Enfiou-a lá dentro e não conseguiu tirá-la. Teve de ir ao médico. O senhor sabe como são as cidadezinhas. A coisa se espalhou. A vida da garota ficou arruinada. Ela era repelida. Ninguém queria nada com ela. A garota mais bonita da cidade. Acabou casando com um anão numa cadeira de rodas, com uma espécie de paralisia”.

Tenho medo que o meu destino seja parecido com um desses... Não sei se eu sei controlar os meus limites. Não sei se é possível saber isso. E, para piorar, não bebo álcool. Ou para melhor, não sei. Um grande amigo está com cirrose. Ou quase. E eu sou um velho safado!

Wesley PC>

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