terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O MEDO PALPÁVEL DE SER PRESO... DE VEZ!

“Ele estava com 31 anos agora, não era velho demais, mas velho o bastante para se sentir só. Desde que regressara, ainda não havia saído com ninguém, não tinha encontrado ninguém que lhe interessasse, nem de leve. A culpa era somente sua, ele sabia. (...) E, às vezes, nos momentos que antecediam a chegada do sono, se perguntava se estaria destinado a ficar sozinho para sempre.” (p. 10)

O trecho acima faz parte do romance “Diário de uma Paixão”, título nacional para um aclamado sucesso literário do autor de ‘best-sellers’ Nicholas Sparks, lançado em 1996 sob o título original “The Notebook”. Alguns anos depois, ele seria transformado num ótimo filme do diretor Nick Cassavetes, mas, na versão escrita, a trama está me desagradando bastante. As descrições românticas engendradas pelo autor são ruins, forçadas, idílicas num viés impositivo, não convencem... Mas como eu fiquei assustado quando me vi diante do trecho acima: ele sabia que eu estava lendo-o? Era um recado para mim? Com certeza, repetirei este trecho muitas e muitas vezes, ainda este mês!

Pois bem, no capítulo que acabei de ler, lá pela metade exata do romance, deparo-me com uma minuciosa descrição de uma to sexual entre homem e mulher. A palavra “ereção” não é mencionada sequer uma vez em tudo o que li até então, não obstante os seios enrijecidos da protagonista feminina serem destacados em mais de uma situação. Por mais solitário que seja o protagonista masculino, ele não se masturba, ele não se excita, seu pênis é utilizado apenas para penetrar a mulher que ama incondicionalmente, 14 anos após a última vez em que ele a tinha visto. E eu me irritando deveras com o oportunismo escapista do livro...

Na vida real, cheguei atrasado em minha casa. Atrasado em relação ao horário costumeiro. Fiquei conversando agradavelmente com uma amiga que me visitou, uma amiga que faz sexo com alguém por quem sou ainda extremamente obcecado. Tendo chegado atrasado, deparei-me com um rapaz que me instaura forte desejo erótico fechando a porta do quintal onde tomara banho. Ele estava enrolado numa toalha amarela, que não escondia o montículo sensual que se formava em sua zona genital. Tinha 90% de certeza de que ele se masturbara naquele banho. O seu sêmen precioso, que tanto aprecio em minha garganta, jazia esquecido e abandonado no ralo de seu chuveiro. E, sabendo que eu estava pensando nisso, ele ousou sorrir para mim e me cumprimentar enquanto fechava a porta e me impedia de verificar aquilo de que tinha certeza. Horas depois, eu estava ligando a TV, vendo um filme genial, com o qual muito me identifiquei, em meus surtos inconscientes repletos de inveja, ciúme, vingança e potencial sanha de estuprador. Por sorte, a identificação criminosa e reprovável me conduziu a outro tipo de expiação: quase chorei ao final do filme. Quase! Estou precisando disso...

Wesley PC>

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