segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

“SORRY, I’M FRENCH!”

Esta foi uma das frases mais utilizadas na cerimônia de entrega do Globo de Ouro 2012, tanto que periga até se tornar jargão entre os ‘pimbas’: sempre que algum premiado pelo filme francês “O Artista” (2011, de Michel Hazanavicius) subia no púlpito para discursar, esta era a explicação para justificar o sotaque carregado ou a pouca familiaridade com a língua inglesa. O golpe de mestre em relação a este jargão foi dado por Madonna, que recebeu o prêmio de melhor canção logo após a premiação do compositor Ludovic Bource, e, após ter gaguejado três vezes, soltou: “não falo francês. Nem tenho esta desculpa!”. Não pude deixar de aplaudi-la de pé diante disso!

Até este episódio, a cerimônia estava morna, o que talvez fosse culpa da safra mediana de filmes hollywoodianos do ano passado. Porém, à medida que os prêmios democráticos (mas não necessariamente justos) foram concedidos, fui percebendo que algumas gemas ainda precisam ser descobertas por nós, cinéfilos: o elogiadíssimo “O Artista”, por exemplo, entrou na minha lista de prioridades, mesmo seu ‘trailer’ tendo desagradado tanto meu melhor amigo (rabugento)Jadson; “Os Descendentes” (2011, de Alexander Payne) já estava na minha lista faz tempo; “A Invenção de Hugo Cabret” (2011, de Martin Scorsese), surpreendentemente premiado por Melhor Direção pareceu-me, através de suas exuberantes imagens, bem melhor e mais coerente do que eu imaginava em comparação com a obra anterior de seu ótimo realizador; “W. E. – O Romance do Século” (2011, de Madonna) parece ter lá suas virtudes; “Missão Madrinha de Casamento” (2011, de Paul Feig) não me chamou a atenção até que eu soubesse que era produzido pelo Judd Apatow; “50 %” (2011, de Jonathan Levine), protagonizado por um punhado de atores que acho simpaticíssimos foi alavancado em meus interesses; e por aí vai... Falar demais seria entreguismo!

Por ora, o candidato mais relevante que eu havia visto era o clicheroso “Histórias Cruzadas” (2011, de Tate Taylor), hipertrofiado por alguns críticos, apesar do talento legítimo de pelo menos metade do elenco feminino. De resto, é aguardar que as produções realmente dignas de atenção neste nucléolo hollywoodiano saiam da toca e revelem que, por detrás da vergonhosa crise criativa que se abala sobre os artistas norte-americanos, ainda há o que ser respeitado ou valorizado. E dá-lhe Madonna!

Wesley PC>

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