terça-feira, 3 de janeiro de 2012

“QUANDO UMA PESSOA LHE OFERECE UM CAMINHO MAIS CURTO, FIQUE ATENTO”!

Quiçá umas das maiores unanimidades nas listas de Melhores Discos lançados no ano recém-findo, “Nó na Orelha” (2011), do rapper paulistano Kleber Cavalcante Gomes, vulgo Criolo, é muito melhor do que os meus pré-conceitos acerca da popularização modista do gênero me faziam pressupor. Ouvi este disco no caminho pra o trabalho, na tarde de hoje, e fiquei empolgado desde a primeira frase de “Bogotá”, faixa de abertura do disco, em cuja letra o compositor assevera:

“Se você quer amor, chegue aqui
Se quer esquecer a dor, venha pra cá
Pois a ilusão é doce como o mel
E cada um sabe o preço do papel”


Era o suficiente para que eu me apaixonasse pelo disco, assim de cara. Mas eu não queria me deixar levar por novos pré-conceitos, desta vez apologéticos, e relutei em repetir a canção que me agradara tanto. Segui em frente na audição do álbum e me deparei com “Subirusdoistiozin”, faixa que me pareceu deveras familiar por ser executada à exaustão nos intervalos entre os filmes da filial sergipana da rede Cinemark, sendo acompanhada de perto por “O Tempo”, do grupo Móveis Coloniais de Acaju. É uma canção simpática, com refrões repletos de onomatopéias e gírias graciosas do universo musical afro-tupiniquim (se é que a expressão existe – risos), mas a faixa seguinte, quiçá uma das mais agradáveis ou a melhor do disco, “Não Existe Amor em SP” é a que me fisgou por completo. Agora sim, eu pude exclamar que me tronei um fã imediato do disco. Muito bom, também estaria numa lista de Melhores de 2011, caso eu o tivesse ouvido ano passado!

“Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus”


Daqui por diante, o disco segue o mesmo embalo, encantando facilmente o espectador com sua mescla de ritmos, com a voz doce do cantor e com letras que são, ao mesmo tempo, singelas em sua exaltação do amor e conscientes das mazelas das zonas periféricas brasileiras e dos preconceitos raciais. Assim sendo, grito para quem enfrentou o mesmo tipo de pré-conceito que eu ao ler as empolgações da crítica especializada sobre “Nó na Orelha”: é um disco muito bom mesmo!

Wesley PC>

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