terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O QUE EU TERIA PARA COMPARTILHAR?

Acabo de ver um filme italiano desconhecido há pouco. “Qualcosa da Condividere” (2010, de Tiziano Paltrinieri), sobre um rapazola metido a artista que se muda para uma cidade do interior e se apaixona por uma moça linda e cantora, que tenta ensiná-lo a ser artista de verdade, por assim dizer, num contexto localista e avassalado pela sinceridade sentimental. Ela descobre que ele o filmava nas ruas há algum tempo. Ele é boboca e passivo e volta e meia apagava os inícios de romance que redigia. Ao final, uma canção romântica anglofílica será o corolário de um namoro bem-sucedido...

Pois bem, na vida real, as coisas são diferentes: na noite de ontem, fui buscado no trabalho por um amigo com um problema e relacionamento. Não que não amasse a sua companheira evangélica ou não estivesse satisfeito sexualmente com ela, mas ele não parecia disposto a entender por que ela insiste que ele não a entende. Dizendo de outra forma: depois de sorrir e comentar que desejava fazer sexo com ele, ela reclama que não se sente feliz, que nunca estará satisfeita e que se incomoda bastante com o fato de saber que vai morrer um dia. Ele foi irônico com ela, perguntando o que isso a fazia diferente de qualquer pessoa. Ela se afastou dele, mas, pelo que já soube, conversou e se desculpou antes da noite acabar. E hoje é aniversário de 21 anos do menino bonito e comprometido que trabalha comigo...

Enquanto os fatos acima transcorriam, eu me dedicava à parca organização de meu currículo Lattes e às correções definitivas de meu projeto de Mestrado sobre os paradoxos entre vendabilidade e contestação política nos filmes pornográficos produzidos na primeira metade da década de 1980 no Brasil. A vida é assim mesmo. Cada um a enfrenta de formas diferentes, alguns sozinhos, outros acompanhados. E eu aqui pensando: será que um dia conseguirei achar alguém para namorar num bate-papo virtual? A resposta é NÃO, mas eu me meto a pensar este tipo de babaquice ainda assim. Como o filme italiano demonstra, na figura da personagem de meia-idade que passa o dia diante do computador, conversando com rapazes mais novos e desdenhosos, pelo menos não sou o único: não estou sozinho nem mesmo nisso!

Wesley PC>

2 comentários:

deco disse...

Olá Wesley!
Ha pouco tempo mandei um e-mail pra vôce no endereço "carvalhes..."
recebeu? Ou este e-mail não é ativo?
O conteúdo que enviei tratasse uma imagem. Não consigo enviá-la aqui pelo blog.
Um abraço!
Décio

Gomorra disse...

Este e-mail não é meu não...

O meu e-mail é: flmcstr@ufs.br

Reenvie, se possível, Deco.

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