sábado, 21 de janeiro de 2012

NO MEU ENTENDIMENTO, AS PARTES DO CORPO HUMANO NÃO SE DESTACAM DE SEUS DONOS NO PROCESSO PASSIONAL...

Ontem, no trabalho, aconteceu comigo uma situação que, noutro contexto, seria constrangedora: estava atendendo a uma mulher recém-parida que precisava resolver um problema relacionado à sua formatura. Enquanto eu resolvia o seu problema, ela amamentava o seu filhote e eu pude perceber, por detrás do pano branco que lhe servia de asseio, o mamilo arroxeado, cuja extensão era maior do que em qualquer outro seio que eu já havia contemplado em vida. Não era uma situação imoral, era uma situação de beleza erótica polimórfica: enxerguei aquele seio como dotado de uma função imediata (alimentar a criança recém-saída do ventre daquela mulher), mas também de uma função correlata (contribuir para que ela seja mais bonita e atraia com afinco seus parceiros sexuais). Foi difícil manter a seriedade enquanto eu a atendia: por alguns instantes, eu estive absolutamente deslumbrado!

Poucas horas antes, no período matinal, o estagiário de um setor contíguo ao meu veio me entregar um documento e, muito bonito que ele é, atraiu a atenção de vários presentes à sala em que eu me encontrava, inclusive a de alguém que estava ao meu lado e comentou o quão rechonchuda era a zona de sua calça onde estavam acondicionados os seus órgãos sexuais. Não me esquivei de prestar atenção ao que motivara aquela observação e, de fato, o pênis do rapaz parecia forçosamente comprimido naquela calça ‘jeans’, como se estivesse gritando para ficar livre e expor ao mundo a seu redor toda a sua beleza, premência e função gozosa. E, mais uma vez, eu estava deslumbrado!

Chegando em casa, vi um desenho animado encantador [“Kiriku e a Feiticeira” (1998, de Michel Ocelot)], em que um bebezinho já nasce falando e, ao se inteirar dos problemas de sua vila, decide enfrentar uma feiticeira supostamente antropofágica que os oprime. Num dado momento, ele a pede em casamento, de modo que, quando ela o beija, ele cresce consideravelmente, de modo que não mais o vemos nu, enquanto espectadores, no filme. Dali por diante, sua esposa feiticeira utiliza algumas plantas para enfeitar o seu corpo, que agora é o de um adulto. Ao chegar em sua vila, entretanto, todas as mulheres estão com os seios expostos, numa situação de completa naturalidade em relação à compreensão funcional de um corpo humano que, acima de tudo, é belo, muito belo. E eu tive um belo sonho (erótico) depois do filme, um sonho contemplativo, um sonho impotente diante das opressões indumentárias deste mundo que nos rodeia, em que o natural é pecaminoso, criminalizado, dotado de uma malícia que nem sempre está onde se diz que está... Sigmund Freud regozija e se contorce no caixão, ao mesmo tempo!

Wesley PC>

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