sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

QUE BOM QUE EU NÃO ENVIEI AQUELA MENSAGEM?

Da primeira vez que eu tive acesso a qualquer imagem ou informação referente ao filme “Ressaca de Amor” (2008 – título nacional para “Forgetting Sarah Marshall”, de Nicholas Stoller), eu estava com um pênis na boca, literalmente. Não conhecia o filme nem sabia do que se tratava, mas logo me interessei pelo humor inteligente do filme, ressaltado pela presença em cena do sardônico Jason Segel, ator cuja beleza gorducha me lembra algo entre o saudoso Heath Ledger e o jovem Gerard Depardieu. Ou seja: sou tiete do Jason Segel e, por achar o humor do filme semelhante às obras originais e muito divertidas produzidas pelo Judd Apatow, fiquei com muitíssima vontade de vê-lo. Só não o fiz naquela oportunidade por causa do pênis em minha boca, que tinha outros programas televisivos para depois de sua gozada.

Alguns meses se passaram e hoje me vi novamente diante de “Ressaca de Amor”. Dessa vez, tinha uma colher de arroz com maionese na boca e minha mãe ao lado. Como eu suspeitava que o filme contivesse cenas apologéticas à masturbação, fiquei levemente constrangido com a presença dela. Tinha receio de que ela não entendesse o humor ácido do filme e muito menos a minha adesão em primeira pessoa gargalhante ao mesmo. Imaginei a mim mesmo em diversas situações do filme e, por causa disso, mas não só disso, gostei muito dele. Muito mesmo!

Durante os créditos finais, constatei o óbvio ululante e benquisto: o filme é, de fato, produzido por Judd Apatow! Uau! Roteirizado pelo próprio Jason Segel, o ponto de partida do filme é demasiado simples e pessoal: um músico sedentário se vê abandonado pela esposa após 5 anos e, incapaz de superar o seu trauma choroso, viaja para o Havaí e se hospeda no mesmo hotel em que ela está, ao lado do novo namorado. Providencialmente, ele conhece uma cordial e bela recepcionista (vivida por uma inspirada Mila Kunis) que, aos poucos, retribuirá ao seu amor sensível. Era certo que, além de rir bastante e me emocionar deveras, eu iria torcer para que eles ficassem juntos ao final. Muitíssimo bom o filme, recomendo-o de coração.

Infelizmente, assisti ao filme pelo vilanaz e conservador canal fechado TNT, o que implica em dizer que a duração adicional da produção seria interrompida por diversos e inconvenientes intervalos comerciais. Estava tão ansioso para ver o filme, que suportei este problema, além do fato adicional de o filme estar dublado. Mas ainda pior foi saber, ao final da sessão, que eu fui privado das convincentes, naturais e bem-situadas cenas de nudez frontal protagonizadas pelo Jason Segel. Puxa, além de bom ator, bom roteirista, bom músico e pessoa boa-pinta, ele ainda sabe fazer uso expressivo de sua genitália? Se eu era tiete antes, agora sou fã mesmo: vê-lo num filme agora é, para mim, garantia de qualidade!

Detalhe extra-sessão: enquanto via o filme, lembrava calorosamente de um rapaz com traços semelhantes ao ator em pauta, de modo que redigi uma mensagem burlesca e bêbada de celular, não enviada no derradeiro momento, por medo de um constrangimento responsivo que talvez me deixasse tão triste quanto ficou o protagonista do filme acima. A fim de não perder a oportunidade, segue aqui a transcrição da abobalhada mensagem:

Tava vendo um filme
E lembrei de tu também.

Agora uso óculos
Mero paliativo simplista
Omkt jadjm jrtngaemj...

Repare só no agouro:
Entrando num bloqueio
Inspirando com dureza
Nadando no ultraje
Ardendo e latejando,
Latejando e tremendo
Desculpa pelo nonsense
Omoplata brilha
!”


Assim mesmo, do jeito como está escrito. Imagina só o que me aconteceria se a mensagem fosse enviada (risos). E nada de pênis em minha boca, por ora...

Wesley PC>

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