sexta-feira, 11 de novembro de 2011

“PARA ONDE IR? A REDE É VASTA”.

Assim mesmo, com ponto. Eis como termina “O Fantasma do Futuro” (1995, de Mamoru Oshii), visto hoje numa aula sobre cibercultura, a partir do pensamento de Pierre Lévy. Ansiava por ver este longa-metragem animado há vários anos, mas nunca havia tido acesso ao mesmo. Graças a um colega de classe que mora no mesmo bairro que eu, pude gemer diante deste ótimo filme profético, que chega ao cúmulo positivo de citar um de meus versículos bíblicos favoritos, mencionar questionamentos filosóficos que parecem retirados de filme de Wim Wenders, citar visualmente um enquadramento bergmaniano e discutir entusiastamente a possibilidade de reintroduzir os conhecimentos integrados em rede (leia-se: inteligência coletiva) através de um viés pioneiro e atrelado à noção de hipercomplexidade moriniana.

Numa dada cena, prestes a uma imbricação indissociável de personalidades e corpos com um ciborgue, uma jovem conhecida como Major se pergunta: “que garantia eu terei de que ainda continuarei sendo ‘eu’ [após a transmutação]?”. A resposta quase me fez pular da cadeira, de satisfação: “nenhuma. Mas ser humano é estar em constante mutação”. Caramba, que bom que eu finalmente tive acesso a esta maravilha de filme! E, se tudo der certo, ainda hoje, eu terei uma cópia dele em minha casa. Preciso revê-lo: além do entrecho combativo ser complicado por excelência, cochilei nalgumas seqüências fundamentais. Quero este filme novamente em minha vida! Por mais medo que eu tenha de algumas das possibilidades futurísticas que ele prega. Ou tinha...

Wesley PC>

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