domingo, 23 de outubro de 2011

TODAS AS CANÇÕES FALAM SOBRE “LA PASIÓN”?

Dormi ansioso nesta noite de sábado: para além de alguns problemas sentimentais perenemente irresolvíveis, tencionava consolar-me com a audição das faixas contidas em “Corazón, Corazón” (1970), disco do menestrel espanhol Raphael, ao qual fui metalingüisticamente apresentado no filme de Álex de la Iglesia “Balada do Amor e do Ódio” (2010). No filme em pauta, são projetadas, diversas vezes, imagens de um filme antigo com o tal Raphael como protagonista e, só por aquelas imagens, eu me vi completamente sujeito e entregue à identificação: o personagem cantava e sofria, demonstrando que sofria justamente porque cantava (e vice-versa). E, apesar do sono lancinante e justificado, eu não conseguia descansar enquanto não percebesse que ouviria o disco na íntegra...

Ao ouvir o disco inteiro, decepcionei-me sobremaneira com seu lastro passional formulaico: não é um disco tão bom quanto eu pensava ou quanto a faixa citada acima prometia, sendo que cada uma das canções ali contadas falavam sobre paixão, sobre um coração que dói, sobre o abandono de um grande amor, sobre solidão, tristeza e desentendimento. E, em vista dos recentes acontecimentos, creio que seja de bom tom cochilar um pouco mais. Depois, eu acordo e vejo um filme também circense do Rainer Werner Fassbinder. Deus do céu, como eu amo!

Wesley PC>

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