domingo, 30 de outubro de 2011

INCLUSIVE NESTES MOMENTOS, EU PENSO, PENSO MUITO!

Um rapaz de que gosto bem mais do que ele é autorizado a retribuir uma vez brincou comigo: “Wesley, tu te angustias demais porque pensas demais”! Não era caso de discordar ou de ter isso como um problema. É fato, é conseqüência, é o preço. E, se me permite o garbo, é o que me faz ainda ter algum valor público, algum encanto intelectual, alguma coisa para falar...

Há pouco, lia um romance na cozinha, quando senti fome. Percebi que seria de muito bom grado que eu almoçasse distante do aparelho de TV, prestando atenção ao que eu deglutia. Resolvi escrever algumas palavras confessionais, antes de sentar-me na cadeira do desjejum vespertino, e recapitulei os diversos pensamentos que me varavam a mente enquanto minha amiga de trabalho Melânia pintava o meu cabelo de loiro. Perguntei a alguns amigos: “se eu ficar muito feio, vocês ainda gostarão de mim?”. Eles sorriram, obviamente assentindo. Por dentro, sempre tive uma curiosidade infantil em me imaginar como loiro. Sou clicheroso neste sentido: atraio-me deveras por loiros. E, como tal, não apenas fiquei contente com o resultado, como também fiquei surpreso ao perceber que minha chefa aprovou tanto a mudança capilar. Queria me fotografar nu...

É isso: só queria me justificar pela aparência, mais ou menos como o fez a personagem Agrado (Antonia San Juan), na obra-prima de Pedro Almodóvar, “Tudo Sobre Minha Mãe”: “uma pessoa é tanto mais autêntica quanto não mede os esforços para ficar parecida com aquilo que imaginou para si mesma”. Ou algo parecido. E eu concordo. Por isso, emprestar um DVD com este filme a pessoas que nos apaixonam é um ato de amor. Amor!

Wesley PC>

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