terça-feira, 13 de setembro de 2011

SOBRE A DIFICULDADE DE TER PRINCÍPIOS E A NECESSIDADE DE MANTÊ-LOS (OU “NOME? O QUE É UM NOME?”):

Há alguns sábados, um grande amigo convidou-me para assistir a um concerto de ‘rock’ sediado numa famosa e infame empresa de ‘fast food’. Por razões aparentemente óbvias, recusei o convite, enquanto uns e outros amigos perguntavam-me: “o que tem de mais assistir a um concerto ali? A música não compensa a ideologia, não?”. Nesse caso, NÃO, a resposta é não!

Na tarde de hoje, me vi desejoso de assistir a um recente filme brasileiro, filmado no Estado em que resido e exibido numa mostra cinematográfica local de projeção nacional. Eu intuía que o filme seria ruim, mas me dispus a avaliá-lo de coração aberto. O personagem biografado era tão interessante que eu cri que, de fato, o filme pudesse ser, no mínimo, regular. DE minha parte, portanto, tudo bem. Da parte dos exibidores do filme, entretanto...

Como eu tinha certeza de que a sessão do filme começaria atrasada, cheguei ao local de exibição meia-hora após o horário programado. Dito e feito: no momento exato em que eu chegava, o filme começava a ser exibido, enquanto, na porta da sala, uma funcionária tentava explicar a algumas crianças que não havia mais espaço no local. Por sorte, eu consegui achar um assento, mas a projeção estava horrível, posto que a tela ficava mal-localizada. Um mal menor se levássemos em consideração que o que importa de verdade era ver o filme, mas... Nem isso, meu Deus, nem isso!

Pouco menos de uma hora após o início da sessão, a mesma foi bruscamente interrompida. Um funcionário mal-encarado do evento ligou as lâmpadas e, sem dar qualquer explicação à platéia, rebobinou o filme quase por completo. Ninguém entendeu nada: “que porcaria foi essa?!”. Saí indignado da sala, sentindo-me extremamente violentado. Da mesma forma, saiu um dos integrantes do elenco do filme, também frustrado com a má exibição da obra. Após alguns minutos, o problema foi corrigido e o filme foi exibido até (quase) o fim. Só não respeitaram os créditos finais...

Terminada a sessão estapafúrdia e abominável – não pelo filme em si, que é regular, conforme eu esperava, mas sim, pelo descaso atroz contra os espectadores – percebi que, às vezes, é mais do que essencial e recomendável levar a sério os princípios e desdenhar de eventos pseudo-culturais, não obstante a qualidade apreciável dalguns produtos. Fiquei envergonhado, absolutamente envergonhado com tudo o que vivenciei na tarde de hoje. Enojado!

E, para quem quer nomes, o nome de meu amigo é Américo Nascimento, o nome da empresa de ‘fast food’ é McDonald's, o nome do filme é “O Senhor do Labirinto” (2010, de Geraldo Motta & Gisella de Melo), o nome do integrante do elenco é Flávio Bauraqui e o nome do evento é CURTA-SE (Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe), em sua 11ª edição. Garanto-vos que cada um deles será citado, a propósito deste evento chafurdado de hoje, inclusive, mais vezes neste ‘blog’... Estou indignado, de coração!

Wesley PC>

3 comentários:

Jadson Teles disse...

Wesley meu caro, sinto profundamente por você e dou graças (ou não) por eu não ter vivido essa experiência. Cristo só pela sua história já me embrulhou estômago!

Pseudokane3 disse...

Pois eu te juro, Jadson, que não falei sequer um terço do que aconteceu... Amanhã no FOTOLOG eu compartilho outra parte da experiência em si (o filme e o debate com o diretor dopado - no pior sentido do termo)...

Somente assim pr'eu aprender, né? Tanto que tu me aconselhas e eu não me toco. Tem-se mais é que boicotar o que não presta mesmo. Ponto.

WPC>

iaeeee disse...

Meu nome é lindo, a coisa mais bonita desse post, kkkkkkk

vc sobreviveu! é tudo!


Américo