sexta-feira, 2 de setembro de 2011

PÔXA, FUI DESLIGAR A TV LOGO NESTA CENA?!

Depois de ter chegado em casa impactado com o filme ultra-silenciador que vi no cinema, precisei descansar um pouco, relaxar no sentido mais convencional da cultura de massa. Liguei a TV num canal qualquer e percebi que “Negócio Arriscado” (1983, de Paul Brickman) estava começando a ser exibido num canal fechado. Apesar de eu ter certeza de que iria odiar o filme, resolvi arriscar uma olhadela. Primeiro, porque eu já falei muito mal deste filme sem tê-lo visto. Segundo, porque eu estava com fome e não custava nada ver Tom Cruise dançar de cueca enquanto eu engolia macarrão com feijão, café e queijo...

Nem bem meia-hora do filme havia se passado e eu me vi perseguido por ereções: o filme me excitou de verdade! Apesar de eu desgostar radicalmente do viés ‘yuppie’ do insuportável personagem do jovem Tom Cruise, a insistência erótica involuntária dele conduzia-me a uma inelutável masturbação. Como eu tinha que escrever a crítica do filme visto no cinema, desliguei a TV e pensei que pudesse desistir do filme. Mas, apesar da necessidade ejaculatória primária já estar satisfeita, eu queria ver como a trama acabava. Não agüentei e liguei novamente a TV, após cerca de 10 minutos. Perdi uma seqüência curta, mas essencial: justamente quando o protagonista liga para a garota de programa (uma canastrona Rebecca De Mornay) que o transformará num mal-sucedido cafetão adolescente.

Tendo perdido a seqüência em que o personagem principal do filme supostamente se masturba (!), pude confirmar a impressão de que esta cinematografia para-erótica da década de 1980 prescindia injustamente do ato sexual solitário em seus enredos. Como é que pode: os adolescentes oitentistas não batiam punheta?! É muito raro ver algum deles fazendo isso nos filmes comerciais desta época, apesar de um ou outro diálogo tangencial sobre o assunto. Coisa das imposições ‘yuppies’, que facilitavam a aquisição do sexo pago em tenras faixas etárias, algo muito diferente do que acomete até mesmo os adultos nas gerações posteriores a 2000, em que a masturbação aparece abertamente até mesmo em filmes com censuras abaixo de 14 anos. Os tempos mudaram, mas não sinto que foi para melhor. E, de coração, o sobejo de elogios monetários e construções elogiosamente administrativas no filme do medíocre Paul Brickman me irritaram deveras. Mas que o Tom Cruise me deixou de pauzinho duro, ah, ele deixou... Muito! Está me deixando assim novamente, aliás!

Wesley PC>