segunda-feira, 26 de setembro de 2011

INTIMIDADE É ALGO QUE EU NÃO SEI RESPEITAR MESMO!

Reformulo a frase: respeito sim, faço acordos, mas tem algo que sempre me faz escapulir quando o assunto é pauta é a intimidade de outrem... Tanto é que, numa das cenas mais geniais de “O Vingador Invisível” (1945), filme do René Clair baseado em “O Caso dos Dez Negrinhos”, de Agatha Christie, uma pessoa espia outra através da fechadura, que a espia em retorno, e que é espiada por mais duas pessoas... E assim sucessivamente. Me identifiquei no ato!

Diversas indicações particulares me levaram a ver com urgência protelada este filme: houve uma amiga que o vira dublado em espanhol num canal argentino de TV; houve um rapaz por quem me apaixonei, que se demonstrou aficcionado pelo livro original; houve a minha própria devoção pessoal a este gênio bem-humorado que é o francês René Clair... Tudo me levava a ver este filme – e eu já deveria tê-lo feito há tempos. Mas antes tarde do que nunca...

Na trama, oito pessoas distintas são convidadas para uma casa isolada no topo de uma ilha com formato de cabeça de índio. Dois mordomos esperavam estas pessoas. Sabe-se, através de uma gravação num disco, que cada uma delas cometeu assassinatos, intencionais ou não. Elas escaparam ilesas da “justiça dos homens” e, agora, são assassinadas, uma a uma, a fim de serem vingadas por um anfitrião desconhecido. O resto é aquilo que a “mestra do suspense” dos acostumou a aguardar e especular, mas, apesar de não ter gostado do filme tanto quanto meus amigos, admito que ele me fez pensar bastante no quão pertinente pode ser invadir a privacidade de outrem, com boas intenções “filantrópicas” em primeiro plano. Definitivamente, eis um filme que me servirá como justificativa (i)moral por muito tempo (risos) – Divertidíssimo filme de gênero hollywoodiano. E belissimamente atuado, dirigido e fotografado, em especial quando os personagens pareciam falar diretamente para a câmera. Ao final, ao contrário do que apregoava a canção que justifica o título original do filme (“And Then There Were None”), até que sobrou alguém...

Wesley PC>

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