segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A BELEZA VERDADEIRA É A QUE VEM DE DENTRO?

Apesar de parecer uma pergunta, esta é uma afirmação exclamativa. E foi mencionada na noite desta segunda-feira, num local em que um homossexual recém-saído da casca – e já decepcionado com o amor! – era consolado por algumas raparigas com passado e/ou presente evangélico. Uma delas virou para mim e perguntou o que eu opinava acerca do assunto. Eu disse que, por dentro, era como uma menininha de 12 anos, crente de que ouvirei sinos quando finalmente for desvirginado. “Não gosto de beijos”, disse-lhe eu, “imagine o quanto eu me sinto desconfortável numa boate ‘gay’ por causa disso”. Ela sorriu, sabia que era verdade...

No meio da conversa, ela me argüiu diversas vezes, me fez desabafar, me deixou ansioso para confessar que algo me aflige no terreno dos segredos afetivos: falo tanto sobre mim, exponho-me tão exacerbadamente e ainda sinto como se soubessem muito pouco a meu respeito, como se o essencial de minhas angústias, desejos e frustrações amorosas ainda não fosse conhecido. Acredito que sobreviveria a um casamento por conveniência, apaixonar-me-ia facilmente por rapazolas brancos e rechonchudos, diferencio radicalmente sexo e amor. Ou penso que faça tudo isso, no plano das ofertas que ainda me são negadas... Fiquei tão nervoso com a conversa que pensei que tivesse esquecido aberta a porta do setor em que trabalho: tive que rodear o prédio da Reitoria para me certificar de que havia trancado a porta... Mas não adiantou: uma portinhola ficou aberta em meu coração!

Por que eu insisto em me apaixonar? Por que a manutenção defeituosa de meus anseios espermofágicos me afeta tanto? Por que eu não tenho coragem de admitir que...? Tempo encerrado por ora: este texto é mera encheção de lingüiça!

Wesley PC>

Nenhum comentário: