sexta-feira, 9 de setembro de 2011

“ANDE DE SKATE E DESTRUA”!

“Vou explodir minha rebeldia
Através da anarquia
A rua inteira vai parar
Quando eu começar a andar
A burguesia se trancando
E eu na calçada apavorando
Pisando nessa podridão
Vou agir de skate na mão”


Se existe uma atividade para-desportiva que eu gostaria de praticar em minha adolescência, o skatismo chega bem pertinho da natação no ‘ranking’ de meus anseios não-concretizados. Como eu achava (e ainda acho) bonito aquele visual meio largado, aquelas calças folgadas, aquele pessoa com cara de ‘punk’, cabeça aparentemente aberta, sede de protesto nas mãos, camaradagem sempre em evidência. Gosto mesmo! De vez em quando, até arrisco contemplar os praticantes do ‘skateboard’ nas pistas locais, mas, por receio de parecer um hebefílico convencional, há um momento em que eu preciso ir embora. Mas, quem me conhece, sabe o quanto eu gosto de skatistas. Taí o Gus Van Sant que não me deixa mentir...

No último feriado, visitei um amigo de adolescência e, para minha boa surpresa, descobri que ele tinha um arquivo com o disco “Ande de Skate e Destrua” (2000), da banda paulistana Gritando HC, salvo em seu computador. Não pensei duas vezes, gravei-o para mim e, hoje, fui e voltei do trabalho ao som deste ótimo e nostálgico disco: quantas e quantas lembranças fizeram festa em minha mente!

A poderosa faixa-título de abertura é um tanto adolescente em sua revolta, mas, puxa, como é bacana e direta. A faixa seguinte, “È Hora de Almoçar” é pertinente e mui denuncista. A faixa 03, “Severino”, é um petardo genial contra o preconceito sofrido pelos nordestinos no Sudeste. As faixas seguintes são todas interessantíssimas, mas é a faixa 08, a extraordinária “Pequeno Guerreiro”, quem conseguiu a fácil proeza de ser repetida diversas vezes por mim. Que canção maravilhosa, tanto em forma quanto em conteúdo. Que vozes bonitas e harmonizadas, que refrão perfeito (“...e o homem branco verá/ aaaaaaah!/ que o dinheiro não pode ser comido”), que coerência sensacional em relação ao restante do disco e ao público-alvo que, há alguns anos, me apresentou a esta banda. Recomendo de pé: muito bom!

Wesley PC>

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