terça-feira, 9 de agosto de 2011

LEGAL, EU?

Segunda-feira, dia 08 de agosto de 2011, é o dia que ficará marcado em minha biografia como sendo aquele em que eu lamentei não poder ser inocente. Quis muito ser inocente, possuir inocência, poder simular inocência, mas não consegui. Precisei ser purificado pelo abraço tenso de uma evangélica, que estuda o mesmo curso do rapaz cuja cobrança involuntária sobre uma inocência que eu não possuía...

Tentando explicar: eram pouco mais de 8h35’ quando eu cheguei à Universidade. Corria para o trabalho, pois estava alguns minutos atrasado. Deparei-me, no caminho, com um garotinho que estuda Ciência da Computação. Formando, aliás. 21 anos. Bonito, alvoroçado, muito inteligente, ‘nerd’, ingênuo. Ele me fez algumas perguntas titubeantes sobre trabalho e eu fiz de tudo para ajudá-lo prontamente e livrar-nos de uma situação inconveniente, parecida com uma “cantada”. Ele entendeu a minha pressa em ajudá-lo como prestatividade e gaguejou enquanto dizia que eu era “legal prá caramba!”. E, de coração, caros leitores, naquele momento eu senti vergonha de não pode corresponder àquele agradecimento sincero. Enquanto me afastava do menino, eu gritei: não sou legal não, sou horrível”. Ele sorriu, sem entender o que eu estava pensando... Senti vergonha: era uma situação que, se vivêssemos num mundo ideal, seria mui digna de valorização passional...

Fiquei agoniado por uma boa parte do dia, pensando no que eu havia feito, naquele rosto gracioso de um rapaz entregue aos meus préstimos burocráticos. Na noite desse mesmo dia, ele aparece novamente no setor em que eu trabalho e reforça que eu o ajudei bastante, que ele não sabe como me agradecer. E a vergonha crescia, mas, como desta vez ele estava acompanhado, pude disfarçar. Cheguei em casa e, latejando de sono, assisti ao lado dela “Contra a Parede” (2004, de Fatih Akin). Pelo visto, ela gostou do estilo depressivo-dançante do cineasta mais do que eu, mas este era o filme que eu tinha que ver, para remediar a minha situação psicológica. No filme, uma menina que tentara se matar casa-se, por interesse, com um homem que tentara se matar. Apaixonam-se, obviamente. Canções que versam sobre a contingência de se estar “infinitamente triste” são executadas entre uma e outra seqüência. E, mesmo sem ter gostado tanto do filme, ele funcionou comigo: não havia mais inocência, nem tempo para tal. Mas alguma redenção ainda nos fora possível!

Wesley PC>

3 comentários:

iaeeee disse...

owwwww, quem é o ciêncio da computação? hehe



Américoo

Gomorra disse...

Um gurizinho fofíssimo (e puro)...
Fico a me sentir culpado só em falar disso, juro: coisa rara! Este menino quer que eu seja BOM. Seria ele um anjo?

WPC>

iaeeee disse...

talvez...
hehe