sexta-feira, 5 de agosto de 2011

ESCREVENDO A RESENHA E OUVINDO O DISCO AO MESMO TEMPO...

Descobri “Célia” (1972), disco da cantora homônima que meus amigos Jadson e Ninalcira tanto apreciam, há pouco mais de 12 horas. Fiquei gamado na fotografia taciturna da cá, que me lembrou a deprimida Maysa. Intuí que gostaria no ato. Não deixa de ser verdadeiro: estou ouvindo o referido disco pela terceira vez neste instante, mas já posso esboçar alguns comentários sobre as principais canções:

Faixa 01: “A Hora é Essa”, composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, tem um refrão mais do que contagiante (em forma e conteúdo): se a família chamar, diga que eu não tô!”. Muito bom! Achei a voz dela parecida com Gal Costa aqui...

Faixa 02: “Toda Quarta-Feira Depois do Amor”: mais lentinha, mas graciosa, a ser sentida, a ser revivida nas quintas e sextas-feiras que se seguem (risos)... “Não vou mais parar de sonhar”!

Faixa 03: “Dominus Tecum”: obra-prima, primeira grande maravilha do disco, uma crítica pungente à hipocrisia dalguns ditos ‘hippies’: “tudo é mentira, tudo é mentira”... Genial!

Faixa 04: “Ay Adelita”: branda, é uma daquelas canções que não fisgam de imediato, mas, aos poucos, aos poucos... “Dona Adelaide, senhora com seus fuzis” nos atinge em cheio!

Faixa 05: “Vida de Artista”, mais uma da Zé Rodrix ‘et alli’, muito direta e apaixonante em seu apelo co-habitacional. Muito boa! “Eu como muito pouco/ Eu durmo em qualquer lugar”...

Faixa 06: “Mia”, canção romântica em espanhol, de seresta mesmo. Gostei muito não, visto que é uma espécie de quebra no espírito crítico do disco, mas é bonitinha, tem suas razões para estar aqui!

Faixa 07: “Na Boca do Sol”, outra obra-prima sobre o céu ser a cidade do interior onde se vive... Uma letra poética e impressionante: “minha mãe olhando para a estação, e vendo viagens dentro de mim, desenhou no ventre mais um irmão”. Perfeita!

Faixa 08: “Em Família”, obra-prima, obra-prima, obra-prima. Impossível não repetir esta preciosidade ao final mesmo da primeira execução. Perfeita, perfeita, perfeita! “Ela morta de raiva, ele morto de sono; ela pensa na vida, ele pensa em dormir”. Caralho!

Faixa 09: “Detalhes”, uma regravação que se destaca pelo uso lúbrico das interjeições.

Faixa 10: “É Preciso Dizer Adeus”, da dobradinha Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Ponto.

Faixa 11: “Dez Bilhões de Neurônios”, inusitada e romântica do começo ao fim.

• E, por fim, faixa 12, um sambinha em “Badalação (Bahia Volume 2)”, pra encerrar com chave de ouro um disco esplendido, que, apesar de seus quase quarenta anos de lançamento, somente ontem eu conheci. Muito bom, mais do que recomendo!

Wesley PC>

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