quarta-feira, 10 de agosto de 2011

“ALGUÉM AQUI É ‘GAY’? SE FOR, LEVANTE A MÃO!”

A pergunta acima parece pergunta de militante homossexual competente? Pois bem, foi o que um palestrante do que foi definido como “a velha guarda do movimento ‘gay’” perguntou a uma platéia da qual eu fazia parte. Tratava-se de um evento contra a homofobia, onde seriam exibidos alguns curtas-metragens sobre homoafetividade, mas o debate descambou para uma troca de ataques pessoais, que culminou na saída espalhafatosa do referido palestrante e no questionamento de minha parte acerca do método mais adequado de se conduzir um diálogo: será que eu me precipitei? Estou repensando os meus dizeres e acho que não. Disse o que tinha que dizer do modo que tinha que dizer, mas fui tachado de desrespeitoso mesmo assim: democracia tem dessas coisas, né?

Explicando o contexto: eu e os dois rapazes que me acompanham na foto dirigimo-nos a um lugar que alguns amigos queridos apelidaram de “Inferno” (no mau sentido do termo) para assistir a alguns curtas-metragens sobre o tema citado no primeiro parágrafo. Ansiávamos por rever “Eu Não Quero Voltar Sozinho” (2010, de Daniel Ribeiro), maravilha de filme, já comentado aqui e aqui. Antes de começar a sessão, houve um debate. Os convidados eram: um amigo recém-conhecido, que estuda Medicina e assumiu sua homossexualidade para a mãe quando ainda era menor de idade; uma vereadora negra e heterossexual que se destacou por seus projetos legislativos de apoio aos ‘gays’; um estudante de Serviço Social fisicamente bonito e cônscio da necessidade de “militância orgânica” que defende a inclusão sexualista no Candomblé; e um senhor afetado e gago (quando fica nervoso) que se gabava de ter viajado para a Itália e ter visto crianças aprendendo sobre inclusão social diante das ruínas do Coliseu. Poucos minutos depois de um espetáculo ridículo de transformismo, eu sabia que me enfezaria durante a discussão. Tentei respeitar o direito dos presentes a gostar daquilo que eu não gostava (afinal de contas, o conceito de ‘ridículo’ varia de pessoa para pessoa, e isso é natural), mas, quando o pedagogo fez a pergunta acima e, diante dos que levantaram a mão, comemorou: (“estes são assumidos!”), não agüentei: tive que pegar o microfone e gritar: não tenho o menor interesse em sair de um armário para entrar em outro!”. O debate ficou acirrado e, indignado e se sentindo vilipendiado por minhas palavras e gestos, o militante da “velha guarda” (como disse a mediadora do debate, insisto) levantou-se e saiu do recinto, aos protestos. Eu gritei, enquanto ele se afastava: "militância!”, complementando com o meu jargão favorito da personagem vilanesca de desenho animado Diabolim: “aquela que luta e foge vive para lutar outro dia”. Algumas pessoas na platéia entenderam e riram. Outras, não.

O debate continuou. Eu e meus amigos concordamos com alguns aspectos discutidos e com outros não. Dialogo é isso, democracia tem disso também. Quem me conhece de perto, sabe que não gosto do termo ‘gay’ e, definitivamente, não me acho representado por ele, mas gostei de poder expor publicamente o meu ponto de vista, que, de tão inflamado, parece ter incomodado em demasia. Fiquei imaginando o que meu amigo Jadson faria ou diria se estivesse lá. Pelo sim, pelo não, não me incomodo de ter esbravejado o que eu acho que seja a “minha” verdade, minhas opiniões. Às barricadas, ainda e sempre!

Wesley PC>

6 comentários:

iaeeee disse...

uhuuuu, Diabolin!

Gomorra disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Eu te amo, Américo!

WPC>

Jadson Teles disse...

Essa eu realmente queria estar, mostrar que existe outro tipo de militância que não essa: covarde, pretensiosa e oportunista. Boa Wesley como diria o queridinho alemão " O silêncio cria mau-caráter"

J.

iaeeee disse...

mou aussi!

e vamo q vamooo, kkkk



américoo

Gomorra disse...

De coração, Jadson: pensei muito em ti e no tal artigo da "tolerância contra os intolerantes?"... Se eu não tivesse tão inflamado de cólera reivindicativa, talvez eu capitulasse, mas não me arrependi do meu tom acusador não: o cara é um monstro, Jadson! Um retrocesso atroz...

Algumas pessoas vieram dizer que eu fui incisivo sem motivos... Outras me telefonaram para dizer que se sentiram totalmente contempladas com a minha fala protestante... De minha parte, eu pus para fora o que tinha que pôr: estou me cansando, Jadson! E nisso, tu sabes bem que eu me inspiro em ti!

Ah, como eu queria que tu estivesses ao meu lado ontem! Ah, como eu queria...

Mas, como diria Americozinho, foi "bacano" mesmo assim: eu pude mostrar que aprendi algo contigo: e, ah, como eu aprendi, querido neo-goiano, aprendo muito a cada novo dia...

WPC>

Pseudokane3 disse...

Depois passa no Fotolog também, Jadão: descrevi a mesma pendenga, sob outro prisma, lá...

WPC>