quinta-feira, 14 de julho de 2011

SOBRE A BELEZA DAS MATÉRIAS-PRIMAS DO ESPORTE...

Nesta noite de quarta-feira, dediquei - me a uma análise acadêmica de dois suplementos esportivos de jornais, um deles local (Jornal da Cidade) e outro nacional (Folha de São Paulo). O objetivo do trabalho era comparar o que ambos os suplementos tinham em comum, como eram abordados os assuntos e, logicamente, a predominância dos enfoques sobre futebol em detrimento de vários outros campeonatos esportivos em vigor no mundo. Apesar de experimentar uma forte crise produtiva na concepção do trabalho, dada a minha evidente inaptidão diante do tema, deliciei-me aos poucos ao perceber o quanto é rico em observações humanas o subestimado (por mim) e superestimado (pelos outros) cotidiano desportivo.

Numa das reportagens da Folha de São Paulo, por exemplo, fui apresentado a uma interessante análise histórica sobre as variantes políticas, bélicas e econômicas que circundam a cidade rural de Pyeongchang, na Coréia do Sul, como sede para os Jogos de Inverno em 2018. Dentre algumas observações do colunista Choe Sang-Hun, pareceu-me importante ressaltar a passagem textual em que ele afirma que estes jogos de inverno localizados na cidade cujo nome é propenso à confusão com a capital da Coréia do Norte, Pyongyang, ajuda a afastar a imagem de antiquada relacionada à mesma, que seria “reforçada pelas minas de carvão abandonadas e pelas colinas íngremes que ostentam arame farpado, casamatas e campos minados posicionados para proteger o país da invasão norte-coreana”. Caramba, que texto emocionante! E que foto linda de Jeon Heon-Kyun sobre os testes militares de sobrevivência realizados no local! Se eu não tivesse esta obrigação acadêmica de ler sobre esporte, talvez eu nunca tivesse acesso a esta bela reportagem...

Pelo sim, pelo não, consegui redigir as duas páginas de análise exigidas pelo professor da disciplina, há mais de um mês. Dizendo de outra forma: consegui terminar o trabalho na noite da véspera do prazo final para a entrega do mesmo. Acho que, de fato, eu funciono melhor sobre pressão. Não somente resolvi mais este característico bloqueio criativo como fiquei muito satisfeito com o resultado de minha labuta escrita. Concluí em meu texto: como se vê, portanto, o jornalismo esportivo é muito mais rico e inteligente do que pensam eventuais detratores que se incomodam sobremaneira com o clima de competitividade emulado pelos torcedores, que não são o púnico público-alvo das reportagens analisadas em ambos os veículos”. Concordo comigo mesmo!

Wesley PC>

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Wesley. Eu cursei um ano de jornalismo e sei do preconceito que sofre quem fala de esporte, como se não quisesse estudar e o talento nato fosse as coisas fúteis. Apesar desta não ser a minha linha de conhecimento, gostei muito do que escreveu, pois mostra reconhecimento de um trabalho que com certeza é feito com paixão como tantos outros. É realmente uma pena que alguns jornalistas da imprensa marrom acabe com tudo e escreva somente lixo, ao invés de conhecimento, pois sempre haverá o lado bom e o lado ruim. Não vi seu trabalho todo mas foi realmente ótimo seu comentário.

Gomorra disse...

(risos)


Em verdade, meu trabalho completo está intnsamente permeado pelo que o comentário final apregoa, de maneira que é isto mesmo que tu disseste que mais me impressionou: o quanto ainda temos a descobrir e nos impressionar com uma área jornalística tão subestimada (por uns) e hiperestimada (pela maioria)... E eu estou no meu quase-quarto período de Jornalismo: quem sabe um dia eu chego lá? (risos)

Digo mais: como eu falo muito, muito rápido, o pessoal costuma brincar que eu seria um narrador ideal para partidas de futebol e/ou corridas de cavalos (risos)

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