terça-feira, 5 de julho de 2011

POIS EU CONFUNDO SONO E TRISTEZA... (AO MESMO TEMPO EM QUE DIFIRO CULTURA E MERCADO!)

“Há também o que poucas mulheres devem saber e os homens não contam: o bocejo é em geral acompanhado de ereção do pênis – e, aliás, os dois são disparados simultaneamente pela mesma região do hipotálamo. Se há alguma utilidade em ter uma ereção ao bocejar ou bocejar ao ter uma ereção? Você decide...” (HERCULANO-HOUZEL, Suzana. “Esse Bocejo Irresistível...” IN: O Cérebro Nosso de Cada Dia: Descobertas da Neurociência sobre a Vida Cotidiana. 1ª edição. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2002. Página 94)

Dois dias muito felizes se seguiram: fui muito feliz no sábado, fui muito feliz no domingo. Estive rodeado por amigos fiéis em ambos os dias e, no afã por relatar as benesses psicológicas destes dois dias, dormi pouco de domingo para segunda-feira. Fiquei me sentindo cansado enquanto trabalhava, de maneira que, ao chegar em casa, capotei na cama. Ao me despertar, com interesse de que eu a acompanhasse na audiência a um seriado erótico de terror que vemos juntos na TV, ela perguntou por que eu estava daquele jeito, visto que eu estava tão feliz antes. Eu respondi a ela o que eu precisava dizer a mim mesmo: fique tranqüila, eu só estou com sono. Não estou triste não!”. Entretanto, minutos antes, sentia-me como se estive deprimido... O sono deprime! (risos)

Terminado o episódio do seriado que vimos, visitei uma pessoa que, horas antes, também dormia, jazido no sofá. Este estava desperto e bocejava tanto quanto eu, enquanto lia o livro de auto-ajuda neurocientífica que estava em minhas mãos no instante em pauta. Não percebi se ele ou eu estávamos com ereções evidentes naquele instante, mas, minutos depois, eu estava ajoelhado diante do sofá em que ele estava, abrindo o zíper de sua bermuda ‘jeans’, soprando cada centímetro da bela extensão de seu pênis venoso, percebendo que ele ofegava enquanto eu o acariciava, feliz porque estava dando amor (ou algo que estava relacionado a ele) e recebia algo relacionado a ele em troca. Em seguida à ejaculação – que ocorrera discretamente no interior de minha garganta – nós conversamos sobre direitos ‘gays’, sobre os intentos malévolos dos produtores culturas que estimulam a regravação de filmes, seriados e telenovelas antigos e despedimo-nos com um beijo de minha parte em seu umbigo. “Durma bem”, disse-lhe eu, ao partir de volta para minha casa. Eram 23h!

Às 23h, tencionava assistir a um filme do Olivier Assayas que seria exibido num canal pago francês. Tratava-se de “Horas de Verão” (2008), um filme que me irritou a princípio, pois não parecia passar de uma apologia aos dilemas burgueses de uma rica família, que não concordava sobre o fazer com o legado artístico de uma matriarca recém-falecida. Ao invés de focar nos dramas cotidianos de cada um daqueles personagens, o filme parecia mais preocupado em explicar ao espectador os detalhes da herança. Mal sabia eu o quanto estava errado: e, ao final do filme, fui estapeado por planos-seqüências, que percorriam a extensão da casa onde falecera a matriarca, vendida a um “colecionador de arte”, em razão do valor inestimável relacionado a um pintor pós-impressionista que ali vivera. Os dois netos adolescentes da matriarca realizavam uma festa no local. Eles sorriam, bebiam, ouviam música ‘pop’, fumavam maconha, abraçavam-se, banhavam-se num rio, tudo o que jovens fazem quando estão contentes e em grupo... E era um final triste (mas feliz) para um filme que começa tão feliz (e um pouco irritante). Dormi bastante depois disso – e foi bom: estou feliz agora!

Wesley PC>

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