quarta-feira, 27 de julho de 2011

HOMOEROTISMO DE VERDADE TAMBÉM É COISA DE HETEROSSEXUAL!

Marco Berger é um cineasta argentino que goza de crescente reputação elogiada entre os apreciadores homossexuais de cinema. Seu filme “Plano B” (2009), ainda não visto por mim, chama muito a atenção de quem acredita piamente na extinção de barreiras sexualistas, defendendo a tese de que a transição entre o homossexualismo e o heterossexualismo (e vice-versa) é tão possível e recomendável quanto estimula o “bissexualismo absoluto” que Sigmund Freud descobriu em cada um de nós. E é mais ou menos obre isso que “O Relógio” (2008), curta primevo do diretor, fala...

No filme, um rapaz que joga futebol encontra outro rapaz que gosta muito de futebol num ponto de ônibus. Como já é tarde da noite, um deles propõe que outro divida uma corrida de táxi e que passe a madrugada em sua casa, até que os ônibus voltem a circular. Na referida casa, o primo do rapaz que convidou o outro assiste TV na sala, usando apenas uma cueca vermelha. O rapaz convidado não consegue deixar de perceber o quanto este primo é bem-dotado no plano fálico. Entretanto, como é hora de dormir, ele divide o leito com seu novo amigo, deitado a seu lado, usando apenas uma cuequinha azul. Nem um nem outro consegue dormir. Amanhece e eles se despedem. Ponto. Eis, mais ou menos, o enredo do filme.

Apesar de este enredo ser construído sob a égide de um “desperdício de possibilidades” por causa da subsunção estrita dos rapazes ao rótulo do heterossexualismo – como disse um amigo meu numa resenha fotologística, publicada aqui – eu achei o filme encantador e plenamente excitante do modo como ele foi realizado: é incrível o quanto fotograma pulsa daquilo que chamo de assimetria do desejo. Ah, se estes novos amigos pusessem em prática a lógica bem-vinda do “amigos também transam” (risos) – E, de coração, tornei-me fã do Marco Berger, mais um gênio argentino contemporâneo!

WesleY PC>

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